Página  >  Edições  >  -  >  Fitei: 20 anos a unir continentes

Fitei: 20 anos a unir continentes

Dezasseis companhias oriundas de Espanha, Moçambique, Cuba, Argentina, Brasil e, naturalmente, Portugal, distribuem entre si a responsabilidade de "fazer" o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI) deste ano. Trata-se da vigésima edição, e marca uma viragem importante na filosofia do festival, cujo pilar fundamental passará a ser a qualidade.

Das trezentas companhias concorrentes - sinal revelador do prestígio do festival nos países de expressão ibérica -, e dos convites endereçados às companhias portuguesas, a organização optou por uma escolha onde o conteúdo dramático, as 'performances' fortes e o rigor estético, foram os critérios adoptados por forma a garantir a existência de bons espectáculos.

E nestas coisas de teatro ibérico, falar de qualidade é, normalmente, sinónimo de espectáculos originários do vizinho ibérico. Daí não ser de admirar que "nuestros hermanos" constituam a delegação mais numerosa e, sem dúvida, a mais representativa das variadas tendências culturais e estéticas. Prova disso, a reserva da abertura e do encerramento do 20º FITEI para os catalães - Comediants e La Fura dels Baus, estes últimos com a apresentação de 'Manes', um espectáculo absolutamente imperdível, no pavilhão do Boavista FC, nos dias 13 e 14 de Junho.

Os galegos fazem-se representar pelo Centro Dramático Galego (companhia oficial daquela região autónoma) nos dias 3 e 4 de Junho, no Auditório Nacional de Carlos Alberto (ANCA), com 'O Peregrino Errante que Cansou ó Demo'; os andaluzes La Zaranda apresentam no mesmo espaço, dias 6 e 7, 'Vinagre de Jerez'. Ainda em castelhano, a cubana Vivian Acosta apresenta, no Ateneu Comercial do Porto (dias 2 e 3), 'Quando Teodoro se Muera'.

Curiosamente, na senda da dramaturgia castelhana estão os espectáculos das companhias nacionais: o Teatro Experimental de Cascais mostra 'D. Quixote' no Teatro Nacional de S. João (TNSJ), nos dias 4 e 5, enquanto o Teatro de Noroeste se apresenta com 'D. Quixote contra a Companhia de Ângelo, o Mau' (dia 9, na Esplanada da Foz); por seu lado, a Seiva Trupe e a Companhia de Teatro de Braga apresentam, no mesmo dia, respectivamente, 'A Secreta Obscenidade' (António de la Parra) e 'O Arquitecto e o Imperador da Assíria' (Fernando Arrabal), na Cooperativa do Povo Portuense e na Alfândega do Porto.

África faz-se representar por duas companhias de Moçambique que deixaram boas recordações em anteriores edições: Mutumbela Gogo e Gungu, com espectáculos essencialmente voltados para as questões da actualidade moçambicana - no Ballet Teatro Auditório (BTA), Gungu apresenta 'Deputado Precisa-se', nos dias 6 e 7. Neste mesmo espaço, chega-nos do outro lado do Atlântico, mais concretamente da Argentina, um 'espectáculo de músicos', 'Cuatro Ventos', construído por quatro saxofonistas e que promete ser 'inolvidável' (dias 4 e 5). E por falar em música, no dia 9, em diversos locais da Foz do Douro, 'bandas de garagem' de Braga abrilhantarão, pela noite dentro, o encerramento do festival.

A última referência do programa vai para aquela que é uma das apostas mais fortes da edição deste ano - 'Um Molière Imaginário', que o Grupo Galpão, de Belo Horizonte, apresenta no TNSJ, nos 7 e 8 de Junho.

Do programa complementar, destaca-se a apresentação do espectáculo 'Liberdade', pelo Grupo de Teatro de Acção e Formação pela Democracia em Timor-Leste' (BTA, dia 8, às 17 horas), e o lançamento do livro 'FITEI - Pátria do Teatro de Expressão Ibérica', de Carlos Porto. Finalmente, um debate sobre 'Ensino do teatro e saídas profissionais em Portugal' terá lugar na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, no dia 7, sendo moderado pela actriz Glória de Matos.

Guilhermino Monteiro


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Autoria:

Guilhermino Monteiro
Escola Secundária do Castêlo da Maia
Guilhermino Monteiro
Escola Secundária do Castêlo da Maia

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo