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Notícias de exames. Notícias da Matemática e do Português

EXAMES

Um estudo preliminar do Ministério da Educação revela que os valores médios dos resultados da primeira fase dos exames nacionais do Ensino Secundário dos alunos dos novos cursos foram inferiores às notas de frequência em praticamente todas as disciplinas.

A diferença entre as médias das classificações internas e de exame é maior nas disciplinas de Matemática e Física (cerca de 4 valores), estreitando-se em Português B, Química, Biologia, Filosofia e Desenho e Geometria Descritiva B (menos de 2 valores); nas restantes, situa-se entre 2 e 3 valores — relativamente ao ano anterior, o valor médio das classificações dos exames de Matemática (tradicionalmente com os piores resultados) subiu 1,5 valores, enquanto o de Português A baixou.

O estudo indica, ainda, que não se verificaram grandes diferenças entre as médias dos alunos do ensino público e do particular e cooperativo. Ainda assim, os valores médios da classificação interna final foram, na maior parte das disciplinas, ligeiramente inferiores no ensino público — inversamente, nos exames, os alunos do ensino público obtiveram resultados médios ligeiramente mais altos em quase todas as disciplinas.

Entretanto, um relatório-síntese da Inspecção-Geral de Educação (IGE) dá conta dos resultados da instauração de 28 processos de averiguações durante os exames: sete foram arquivados, 15 encontram-se em fase de instrução e 15 resultaram em processo disciplinar; as ocorrências irregulares deram, ainda, origem a 12 processos de inquérito (dois arquivadas, cinco em fase de instrução e quatro resultaram em processos disciplinares).

Parte da acção inspectora decorre de 12 situações de incumprimento dos programas, mas a operação registou, também, 11 suspeitas de fraude, cinco inscrições de alunos incorrectas, dois esclarecimentos irregulares por professores a examinandos, duas utilizações indevidas de máquinas de calcular alfanuméricas, dois desaparecimentos de provas e duas requisições de provas em número inferior ao necessário.

No entanto, e apesar das irregularidades detectadas pela IGE, a avaliação dos níveis de desempenho das escolas é positiva — mais de 90 por cento foram com   e   e apenas 0,8 por cento registaram prestação deficiente. Na origem destes resultados está, segundo a IGE, o saber adquirido com a experiência do ano anterior, o empenhamento dos diferentes intervenientes e a preparação e organização atempada por parte das estruturas envolvidas.

MATEMÁTICA

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) anunciou a instituição do Prémio José Sebastião e Silva — um dos mais notáveis matemáticos portugueses deste século —, destinado a assinalar o 25º aniversário da sua morte e, paralelamente, prestigiar e recompensar a qualidade cientifico-pedagógica dos manuais escolares de Matemática para os ensinos Básico e Secundário.

A distinção acontecerá bienalmente, com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, e compreende, para os autores dos manuais premiados, um diploma e dois mil contos. As candidaturas para a primeira edição do prémio devem ser apresentadas até ao próximo dia 20 de Dezembro.

Além deste, a SPM instituiu um outro galardão, que distinguirá dissertações de doutoramento em Matemática preparadas e apresentadas em universidades nacionais. Denominado Prémio José Anastácio da Cunha, tinha sido instituído em 1987 (segundo centenário da morte deste matemático), mas, por falta de regulamentação, nunca chegou a ser atribuído.

De acordo com a SPM, uma das dificuldades era encontrar uma entidade que financiasse condignamente o prémio, o que só agora foi possível, através de patrocínio do Ministério da Ciência e Tecnologia — concedido de quatro em quatro anos, compreende um diploma e 4 mil contos. O regulamento admite a apresentação a concurso de todas as dissertações cujos autores se tenham doutorado entre 1 de Janeiro de 1993 e 31 de Dezembro de 1996, devendo as candidaturas ser apresentadas até 20 de Dezembro.

PORTUGUÊS

Já ouviu falar na Escola de Leitura e de Escrita?

De acordo com a coordenadora do projecto, Helena Dá Mesquita, a Escola surgiu para dar resposta às "dificuldades dos alunos, nomeadamente ao nível da compreensão e da expressão". O objectivo é, pois, "motivar as pessoas para lerem mais e ensiná-las a não ter medo de escrever". Para isso, as aulas são dinamizadas por actores e escritores — "pretende-se que os alunos conheçam primeiro os autores contemporâneos para perceberem a realidade que os rodeia e depois perceberem realidades mais longínquas com autores do passado", explica Dá Mesquita.

Funcionando em Lisboa [Associação Portuguesa de Escritores, Rua de S. Domingos à Lapa], o projecto destina-se a maiores de 16 anos e não tem programa fixo, dependendo dos escritores e actores convidados e da própria vontade dos alunos. Aos escritores é pedido que falem das suas obras e do caminho que percorreram para as escrever; os actores lêem textos diversos, incluindo peças de teatro; a participação dos alunos passa, também, pela leitura e comentários de textos.

Desde que entrou em funcionamento, há três anos, a escola teve a colaboração, entre outros, de Mário de Carvalho, Lídia Jorge, João de Melo, Agustina Bessa-Luís, Fernando Campos e José Manuel Mendes e dos Lia Gama, André Gago e Rui de Carvalho.

A escola exige o 9º ano como habilitação mínima, mas a maioria dos inscritos são licenciados em áreas tão diversas como a Informática, as Ciências da Educação e Línguas e Literaturas Modernas. O projecto não tem fins lucrativos e as mensalidades pagas (4 mil escudos) são investidas na contratação de actores e escritores.


  
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Redacção

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