ATTAC -CONTRA A DITADURA DOS MERCADOS Bernard Cassen Liêm Hoang Ngoc Pierre-André Imbert Campo da Comunicação pp. 138 A ordem ultraliberal baseia-se em três "liberdades" que se têm vindo a revelar, em cada país, como liberticidas para a sociedade e para a amioria dos cidadãos: as "liberdades" de circulação dos capitais, do investimento e do comércio. Este esbulho baseia-se numa mistificação ideológica, amplamente difundida pelos ?media?, e a que este livro pretende dar resposta. Antes do mais pela desmontagem de um sistema que de forma alguma exige, para compreender as suas engrenagens, que se seja um especialista. depois, pela apresentação de propostas alternativas em torno dos quais se poderão organizar lutas a nível nacional, europeu e internacional. Dos mecanismos de especulação aos paraísos fiscais, da possibilidade de concretizar a taxa Tobin à denúncia dos termos armadilhados utilizados pelo liberalismo, do papel do euro à reorganização do movimento sindical, da dívida do Terceiro Mundo à rapina dos fundos de pensões, das lutas vitoriosas contra o AMI às que se irão travar contra a OMC - para todas estas questões os universitários, os investigadores e sindicalistas aqui reunidos pela ATTAC (Associação para a Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadaõs) fornecem instrumentos de reflexão e de acção para os muitos que acreditam que um outro mundo é possível. A QUARTA PARTE DO MUNDO Clovis Bulcão Editora Nova Fronteira (Rua Bambina, 25 - Botafogo 22251-050 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil) pp. 233 Em 1550, Henrique II subia ao trono de França. Cinco anos mais tarde o novo rei organiza secretamente uma expedição para ocupar o Brasil. É o início do programa de colonização francesa. O sucesso inicial da França Antártica sacode o Velho Mundo, mobilizando tanto Calvino, em Genebra, quanto portugueses e espanhóis. Ao mesmo tempo, uma organização secreta e clandestina, que se intitula herdeira da Ordem dos Templários, resolve sabotar esse projecto. Segundo as tradições templárias, a navegação no além-mar faz parte do passado da ordem, que deve ser mantido em segredo. Assim, tudo deve ser feito para que o soberano francês, inimigo etermo do Templo, não tenha êxito na sua tentativa de ocupar o Novo Mundo. Baseado em factos reais, A quarta parte do mundo narra a incrível saga dos templários à época da conquista ultramarina. Resultado de extensa pesquisa realizada no Brasil, França, Portugal, espanha e Itália, relata um dos mais interessantes e obscuros episódios da história do Brasil: a tentativa francesa de colonizar este país. COMO AJUDAR OS PROFESSORES PRINCIPIANTES A TER SUCESSO Stephen E. Gordon Edições Asa pp. 79 Perto de metade dos professores principiantes nos Estados Unidos deixa o ensino nos primeiros sete anos de trabalho. Neste livro, Stephen P. Gordon explora as batalhas enfrentadas por esses professores e fornece planos baseados em pesquisas que visam ajudar estes recém-chegados no sentido de darem o máximo nos seus primeiros anos de ensino. Gordon propõe um Programa de Apoio ao Professor Principiante (BTAP), colocando em parcerias principiantes e orientadores bem como uma equipa de apoio que pode incluir pessoal da escola ou da zona escolar, assim como representantes da comunidade e membros ligados à educação do ensino superior. Estes BTAPs, que não precisam de ser dispendiosos, apresentam percursos de êxito comprovado para melhorar as capacidades e atitudes dos professores principiantes, bem como para proporcionar oportunidades que visem cumprir o seu potencial de educadores. A CRÍTICA DA RAZÃO INDOLENTE Contra o desperdício da experiência Boaventura de Sousa Santos Edições Afrontamento pp. (I volume) 374 Esta obra, em quatro volumes, é a versão profundamente revista e ampliada de um livro publicado originalmente em inglês, "Toward a New Common Sense: Law, Science and Politics in the Paradigmatic Transition (Nova Iorque, Routledge, 1995). Partindo da reflexão feita em livros anteriores, o autor considera que as sociedades e as culturas contemporâneas são intervalares; situam-se no trânsito entre o paradigma da modernidade, cuja falência é cada vez mais visível, e um paradigma emergente ainda difícil de identificar. Esta transição tem duas dimensões fundamentais: a epistemológica e a societal. A transição epistemológica ocorre entre o paradigma da ciência moderna (conhecimento-regulação) e o paradigma emergente do conhecimento prudente para uma vida decente (conhecimento-emancipação). A transição societal, menos visível, ocorre entre o paradigma dominante - sociedade patriarcal; produção capitalista; consumismo individualista e mercadorizado; identidades-fortaleza; democracia autoritária; desenvolvimento global, desigual e excludente - e um novo paradigma, de que apenas podemos vislumbrar sinais. A argumentação centra-se em três grandes campos analíticos: a ciência, o direito e o poder. O objectivo desta obra é desenvolver epistemologias e teorias sociais que ponham travão à proliferação da razão cínica, que alimentem o inconformismo contra a injustiça e a opressão e, por fim, que permitam reinventar os caminhos da emanacipação social. Para subverter a hegemonia de que ainda usufruem a ciência e o direito modernos, recorre-se frequentemente a uma tradição marginalizada de modernidade, o pensamento utópico. A CIDADE E A CULTURA Um estudo sobre práticas culturais urbanas
O presente livro aborda a relação existente entre práticas culturais e posições sociais, partindo dos resultados de um estudo de casos comparativo (Teatro Municipal Rivoli, bar de jazz B Flat e esplanada da Praia da Luz, no Porto). explorar-se-á a tese de que, para as novas classes médias urbanas, intimamente relacionadas com funções de mediação cultural, as homologias entre disposições culturais e enraizamentos estrturais de classe, embora permanecendo operativas, tendem a ser menos rígidas e unívocas, havendo a probabilidade de se cruzarem diferentes níveis de legitimidade cultural, associados à complementaridade e/ou choque entre dimensões contraditórias das condições objectivas de existência, bem como a uma diversificação das vias e conteúdos de aprendizagem social. A isto não será estranho o fenómeno de pluralização dos paéis sociais e dos respectivos repertórios, com consequências intensas na plasticização do habitus. A REVOLUÇÃO INTERIOR À procura do 25 de Abril João Ramalho Santos João Miguel Lameiras José Carlos Fernandes Edições Afrontamento pp. 26 Embora surja um ano depois, este livro nasceu de um convite inicial do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra, para que os autores concebessem uma exposição evocativa do 25 de Abril e a Banda Desenhada, para os 25 anos do 25 de Abril. Para além da componente documental, que preenchia os oito núcleos da exposição, ela comportava uma segunda parte, a que chamaram "Visões de Abril", em que 18 autores de BD em actividade mostravam a sua visão do 25 de Abril numa história de 3 a 4 páginas, feita expressamente para a exposição. Faltava ainda uma terceira parte, agora dada à estampa, que consistia numa história de ficção em banda desenhada sobre o 25 de Abril, feita sem as limitações de espaço que afectaram os 18 autores que deram o seu contributo para as "Visões de Abril". "A Revolução Interior" é esse livro, que fecha a participação através da banda desenhada, do Centro de Documentação 25 de Abril nas comemorações dos 25 anos da revolução de 1974. A AUTORIDADE DO PROFESSOR O que pensam alunos, pais e professores Maria José Maya Texto Editora pp. 144 A autoridade dos professores é uma questão central do sistema educativo, aparecendo muitas vezes subjacente a problemas específicos como o da cometência científica e pedagógica, entre outros. Com um maior conhecimento nesta área, os professores saberão identificar melhor os desejos dos alunos e das suas famílias e delinear estratégicas para lhes responder. A formação de professores poderá ser enriquecida com este estudo que reflecte sobre uma questão fundamental para a facilitação do processo de ensino-aprendizagem na escola. TEATRO Bonifrates e de sombras Maria Palmira Moreira da Silva Editora Civilização pp. 56 "A cultura bonecreira portuguesa não só faz parte integrante de um dos maiores valores da etnografia portuguesa, como também se insere na cultura universal da marioneta como elemento singular. A arte, como forma auxiliar do ensino, poderá ser um instrumento pedagógico e lúdico que contribui para a formação e o desenvolvimento de crianças e adultos. (...) A formação de professores, educadores, animadores culturais na área do bonifrate como meio pedagógico e lúdico não tem sido tarefa fácil, embora esta temática seja um dos mais ricos complementos do ensino, com provas dadas noutrs países há mais de quarenta anos". Teatro de Bonifrates e de Sobras é um livro interessante não só por dar a conhecer uma arte quase perdida, como também por mostrar as técnicas de construção dos "bonecros" e do espaço teatral, bem como de algumas das técnicas de manipulação, permitindo ao professor experimentar métodos práticos de trabalho e integrar o teatro de formas animadas na educação e no ensino. CORRESPONDERÁ EXACTAMENTE A CADA NÍVEL DE PENSAMENTO UMA CLASSE SOCIAL?
Antero de Alda Galápagos - Fábrica de Poesia pp. 84 "Em Sarajevo quero uma casa nos subúrbios para me proteger dos obuses. Não quero portas cravadas com balas que perpassam para o quarto dos vizinhos. Em Moscovo quero uma casa nos recuados para me proteger das gazuas. Como resistirei? Em Díli, onde sonhei um dia viver, deverei proteger-me nas montanhas... Tive em tempos uma "sala de fumo" em Treblinka, e não sobrevivi. Numa súbita reencarnação nunca serei argelino em Paris. Ressuscitado pela milionésima vez, em que janela à beira-mar hei-de refugiar-me sem que os piratas me descubram?" Corresponderá exactamente a cada nível de pensamento uma classe social? é o título do segundo livro de Antero de Alda, depois de "Memória de Hibakusha...", publicado em 1986. Situado entre experimentalismo semiótico e alguma iconografia lírica documental, Antero de Alda serve-se, neste livro, das experiências de Nanni Balestrini e Herberto Hélder, para impor uma caligrafia alternativa 8um código marginal instituído) através do qual exprime o confronto constante entre o dizível ( o "rés-do-chão) e o inefável (o "subterrâneo"). A obra agora publicada tem como subtítulo "O século C.N.A.": comunismo, nazismo e americanismo, os três ismos com que Antero de Alda define o século XX. Um século, no do autor, que prefigura a continuação da cultura de barbárie, principalmente sobre as crianças.
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