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Simulação de afogamento é tortura segundo o director da Inteligência Policial dos EUA

O director da Inteligência dos Estados Unidos, Mike McConnell, considera que a técnica de interrogatório que simula o afogamento ("waterboarding") é uma forma de tortura, mas afirma que não é utilizada pelos Estados Unidos, numa entrevista divulgada em 13 de Janeiro. 
"A simulação de afogamento seria atroz", considera McConnell na entrevista à revista The New Yorker. "Se tivesse água entrando pelo meu nariz... Meu Deus! Não posso imaginar até que ponto seria doloroso! Que seja considerada tortura ou não, na definição de qualquer outro, para mim seria tortura", afirma o director de Inteligência Policial. 
Questionado sobre a sua própria definição de tortura McConnell respondeu: "algo que provoque uma dor insuportável". 
Na entrevista, McConnell defende as técnicas de interrogatório da CIA utilizadas em suspeitos: "Temos obtido informações significativas? Muitas! Isto salva vidas? Muitíssimas! Obtivemos informações incríveis".  Mas "não torturamos", afirma McConnell. 
A CIA revelou recentemente ter destruído gravações de vídeos de interrogatórios com suspeitos de terrorismo em 2005, nas quais os investigadores faziam uso de métodos controversos. 
As técnicas utilizadas nos interrogatórios para além de consideradas muito duras foram consideradas como provável tortura. Elas incluiriam a simulação de afogamentos. Perante a critica à destruição das gravações de vídeo e à suspeita de revelarem o recurso à tortura dos interrogados, o Secretário da Justiça americano Michael Mukasey anunciou no dia 2 de Janeiro a abertura de um inquérito sobre a destruição destas gravações.

AFP


  
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Edição:

N.º 175
Ano 17, Fevereiro 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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