Cresce nos Estados Unidos o "rancor e a semente da inimizade", e em alguns casos, o "ódio e a discriminação" contra os migrantes, principalmente contra os mexicanos, denunciou o presidente do México, Felipe Calderón. "Preocupa-me o rancor e a semente da inimizade, em alguns casos até de ódio e discriminação que está a espalhar-se já não só contra os imigrantes, mas também às vezes contra os mexicanos de maneira geral, do outro lado de nossa fronteira", disse o presidente mexicano. Ao falar perante o corpo diplomático mexicano que trabalha no estrangeiro, Calderón disse que o pior erro que os Estados Unidos e o México podem cometer "é fazer sentir aos nossos respectivos povos que o povo da outra nação é o inimigo". O presidente lamentou que a competitividade, o desenvolvimento e a equidade da América do Norte se veja afectada pelo "argumento de que os trabalhadores imigrantes representam um problema económico, social e até de segurança para a sua população". "Nenhuma nação pode buscar a prosperidade ou a segurança através da discriminação e do tratamento marginal daqueles que buscam um futuro melhor trabalhando honestamente e colaborando para a sociedade que visitam", disse Calderón. O presidente mexicano citou um estudo do Conselho Económico de Assessores da Casa Branca, que reconhece que a mão-de-obra mexicana representa um valor acrescentado de 15% à economia americana, que paga os seus impostos, assimila e respeita a cultura do país, e que a sua taxa de criminalidade é menor que a da população nativa. Ele apelou aos EUA para que compreendam que a equidade, o progresso e o desenvolvimento dos países vizinhos "só podem ser alcançados com uma maior cooperação recíproca".
AFP
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