Página  >  Edições  >  N.º 137  >  O concurso solar Padre Himalaya

O concurso solar Padre Himalaya

Realizou-se o Concurso Solar  Padre Himalaya. Procurou-se promover o alargamento das energias renováveis. Participaram mais de 50 equipas de escolas do 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico. Espera-se um alargamento ao Ensino Secundário e Superior.

Decorreu no dia 26 de Junho, no Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, em Lisboa, o Concurso Solar Padre Himalaya. Este acontecimento enquadra-se na iniciativa europeia Dia do Sol 2004 que pretende promover o alargamento das energias renováveis, indispensável ao desenvolvimento ecologicamente sustentável.
Este concurso foi promovido pela SPES - Sociedade Portuguesa de Energia Solar, pelo INETI ? Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, com o apoio da Ciência Viva.
Concorreram mais de 50 equipas de escolas do ensino básico e secundário. Foram apresentados vários protótipos elaborados pelos jovens alunos do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico e ainda do ensino secundário e escolas profissionais.
Esses protótipos diziam respeito a carros movidos a energia solar, colectores, fornos solares e até relógios de sol.
Às 15h deu-se a sessão de entrega de prémios.
No futuro, a organização de concursos deste género, deveria  desenvolver contactos com o máximo de organizações ecologistas para a participação neste evento, alargando-o a mais escolas e a universidades. É também importante conseguir uma maior visibilidade do concurso, na sua preparação e conclusão, para que haja um maior empenhamento das instituições e da sociedade civil.
Contudo, esta iniciativa representa, desde já, um grande estímulo para a inovação e apoio às energias renováveis. Actividades deste género concorrem para alertar as populações sobre as questões ecológicas, apelar para as necessidades de desenvolvimento das ecotécnicas e contribuir para a divulgação do padre Himalaya que foi, para além de inventor de aparelhos ecotecnológicos como o pireliófero que ganhou um prémio em 1904, na Feira Mundial de St. Louis, um pioneiro português do desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Estas iniciativas são assim essenciais para que se promova a consciência ecológica na sociedade portuguesa e se consciencialize a raíz histórica das ideias ecológicas no nosso país. É preciso que se venham a obter as condições necessárias para uma mudança profunda no modelo da sociedade que temos e que está baseada na dependência do petróleo e numa tecnociência alheia às preocupações ecológicas.
O nosso país tem, na Europa, aptidões excelentes para o uso de energias renováveis. No entanto, a esgotabilidade das energias e dos materiais, a poluição geral da terra, do ar e das águas, assim como a exclusão social, são os três pilares lesivos do actual sistema de ?crescimento?.
É necessário agir quanto antes, de modo a substituir esse modelo de crescimento neo-liberal pelo desenvolvimento ecologicamente sustentado:
1.Promover o uso de energias renováveis e materiais biodegradáveis;
2.Realizar uma organização territorial com uma malha policêntrica que seja capaz de reciclar localmente os resíduos biodegradáveis duma eco-produção;
3.Fomentar fontes energéticas complementares e renováveis, de pequena escala e descentralizadas;
4.Substituir o neo-darwinismo social que grassa no seio da nossa sociedade pela cooperação entre os cidadãos, entre os povos, entre a tecnosfera e a biosfera.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 137
Ano 13, Agosto/Setembro 2004

Autoria:

Jacinto Rodrigues
Fac. de Arquitectura da Univ. do Porto
Jacinto Rodrigues
Fac. de Arquitectura da Univ. do Porto

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo