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Cérebro funciona como "filtro linguístico", segundo cientistas

De acordo com um trabalho publicado recentemente na revista Nature por uma equipa de cientistas de uma universidade alemã, as pessoas bilingues são capazes de selecionar uma das duas línguas que dominam segundo as suas necessidades, activando uma área do cérebro aparentemente inactiva naqueles que não falam mais do que uma língua.
O estudo realizou-se em indivíduos exclusivamente hispano falantes e em pessoas bilingues espanhol-catalão. Os voluntários deviam reagir ante palavras que apareciam numa tela e distinguir os vocábulos espanhóis dos catalães, identificando, simultaneamente, palavras "armadilha" tiradas de uma falsa linguagem inventada pelos pesquisadores.
Durante as experiências, os cientistas observaram a actividade cerebral com a ajuda das técnicas de imagem de ressonância magnética funcional, que permite visualizar as zonas do cérebro que entram em actividade perante cada estímulo. Ao mesmo tempo, realizaram-se exames eletrofisiológicos (medição de potenciais elétricos) para medir a rapidez das respostas das zonas cerebrais excitadas. As palavras foram também pronunciadas para verificar o papel que representa o som que, segundo o estudo, é menos importante do que o reconhecimento das palavras escritas.
Os resultados sugerem que o sistema de análise dos bilingues se realiza mediante uma associação visual e sonora específica da língua espanhola. As pessoas bilingues contam com um sistema de selecção das palavras localizado na região frontal do cérebro, uma zona que, ao que parece, fica inactiva entre os individuos que só falam uma língua.


  
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Edição:

N.º 111
Ano 11, Abril 2002

Autoria:

Ricardo Jorge Costa
Jornalista do Jornal A Página da Educação
Ricardo Jorge Costa
Jornalista do Jornal A Página da Educação

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