Jack Lang é o novo ministro da Educação
(AFP) Perto de 800 mil grevistas - cerca de dois terços dos funcionários ligados à educação - e pelo menos 200 mil manifestantes nas ruas das principais cidades francesas: o mal estar do sistema educativo francês ficou massivamente expresso numa jornada nacional de greve, culminando um mês de ocupação de escolas e manifestações diárias por parte de professores, encarregados de educação e alunos. Nas ruas, a principal palavra de ordem exprimia o desagrado pelo congelamento de postos de trabalho na função pública e pela não regularização de trabalhadores precários, mas o principal alvo da contestação era a política de reformas preconizada por Claude Allégre, ministro da educação, entretanto demitido e substituído por Jack Lang, ex-ministro da cultura da era Mitterrand. Professores do ensino público e privado, estudantes, técnicos de saúde escolar e pais, reunidos em manifestações convocadas pela maioria das organizações sindicais, pela primeira vez desde 1995, desfilaram pelas principais cidades francesas, como Marselha (12.500 manifestantes, segundo a polícia), Lille (8000), passando por Saint-Denis de la Réunion (1000) ou Clermont-Ferrand (4000). Em Paris, esse número elevou-se a 25.000, segundo as autoridades, ou a 50.000 segundo os sindicatos. Entretanto, a Associação para a Taxação das Transações Financeiras e Ajuda ao Cidadão (ATTAC) pediu ao novo ministro da educação, Jack Lang, para acabar com o "Masters de Economia", um jogo bolsista dirigido aos estudantes lançado recentemente na internet. "Pedimos-lhe que ponha fim à difusão de um jogo desta natureza e a comprometer-se a enquadrar de forma mais estrita as intervenções exteriores no seio das escolas francesas", afirmou a ATTAC, que "recusa o facto de a educação servir para ensinar a especulação aos alunos". O "Masters de Economia" é um concurso promovido pelo banco CIC, aberto aos alunos entre os 14 e os 22 anos, no qual já participaram cerca de 30 mil jovens ao longo de três meses. Todos os direitos de reprodução e de representação reservados. @ 1999 Agence Françe-Presse sobre @ da Agence France-Presse
|