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Alerta! Do©entes doentes!

Muito se tem falado da necessidade de reestruturar a função docente, no sentido de o professor enveredar pela construção de um perfil que o identifique como agente de comportamentos salutogénicos: não comer, não beber, não fumar... Em excesso, claro!
Enfim, o professor deverá ser exemplar na promoção da saúde nas escolas e nas comunidades.
É de lamentar a forma vergonhosa de como estes ideais colidem com as práticas. Digo isto, porque a realidade é dramática! Por exemplo, no agrupamento a que pertenço, todos os professores (repito: todos!) foram colocados por ?condições específicas?. Portanto, com base nas declarações médicas que terão apresentado, estão todos incapacitados.
As condições ditas específicas generalizaram-se abusivamente. Não tenho dúvidas (quem terá?) que grande parte destes profissionais, sem escrúpulos,  inventariaram e inventaram doenças (em si próprios ou nos seus familiares) para, em primeira prioridade, escolher um local de trabalho, tentando fazer crer que o seu episódio é o mais emergente, em prejuízo dos que são ilegitimamente ultrapassados e dos que realmente necessitam desse recurso legal.
Quem nos governa não vê que a ?lógica? está completamente invertida?
Como podem os doentes trabalhar?
Em que sectores de actividade se assiste a estes descalabros?
Como podem estes do(c)entes perspectivar intervenções para a construção de uma escola promotora de saúde?
É caso para enfatizar a ironia do pensamento popular: ?Se o trabalho dá saúde que trabalhem os doentes!?.  
Assim, se a doença passa a requisito promocional, teremos que ficar todos doentes!


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 139
Ano 13, Novembro 2004

Autoria:

José Manuel Barreira
Professor, Mirandela
José Manuel Barreira
Professor, Mirandela

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