Voto dos católicos americanos determinante nas eleições

Os católicos americanos, 65 milhões e representando cerca de um quarto do eleitorado do país, terão uma importância fulcral nas eleições presidenciais de Novembro nos Estados Unidos. Pela primeira vez desde John Kennedy, em 1960, um candidato católico ? o senador democrata John Kerry ? está em condições de disputar a presidência do país.
Ao contrário do actual presidente republicano George W. Bush, um cristão metodista que ostenta as suas opiniões religiosas e a sua fervorosa oposição ao aborto ou ao casamento entre homossexuais, Kerry, apesar de também contrário ao aborto e de ser um católico praticante, defende a livre escolha das mulheres e raramente evoca a sua fé.
A Conferência de Bispos americana, debateu um texto onde propunha negar a comunhão aos políticos que não tomassem posição contra o direito ao aborto e contra o casamento homossexual, como é o caso de Kerry. No entanto, o comunicado final defendeu que "tal decisão cabe à escolha individual de cada bispo em cada diocese". Porém, de acordo com uma sondagem realizada por uma associação católica de esquerda, "Católicos para a Livre Escolha", 78% dos católicos americanos reprovam a decisão dos bispos de condenar os políticos favoráveis ao aborto.
Nos últimos 20 anos, o único democrata a conquistar a maioria dos votos católicos foi Bill Clinton, no seu segundo mandato em 1996. Em 2000, os católicos votaram em maioria no republicano Bush, que espera o apoio da hierarquia católica para o escrutínio do dia 2 de Novembro. Um estudo publicado pela Time no final do mês de Junho, indica que 45% dos católicos americanos votarão em Kerry e 43% em Bush.
Durante a visita ao Vaticano, em 4 de Junho, Bush terá expressado o desejo, de um maior empenho dos bispos nas questões relativas à defesa da vida e da família. Apesar disso, muitos católicos, incluindo o próprio Papa, são contrários à guerra no Iraque ou à pena de morte, defendidos por Bush, e sensíveis às questões de justiça e de solidariedade social, particularmente com os excluídos do dito ?sonho americano?.