GUERREIROS

Um grupo de personalidades pró-militaristas, formado pelo vice-presidente Dick Cheney, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e do seu adjunto, Paul Wolfowitz, o secretário de Estado, Colin Powell, e respectivo adjunto, Richard Armitage, e a conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice, designadas pelo nome de código os ?Vulcanos?, é quem controla actualmente a política externa do governo de George W. Bush.
A confirmação daquilo que já há muito se sabia aparece no livro "A ascensão dos Vulcanos: a história do gabinete de guerra de Bush", que descreve a formação e a história deste grupo informal. O nome do deus mitológico do fogo foi adoptado pelo grupo durante a campanha eleitoral de 2000, explica James Mann, autor do livro que foi este mês lançado nos Estados Unidos.
A evocação daquela divindade "aplica-se perfeitamente à imagem que querem dar da política externa de Bush: o poder, a firmeza e a resistência", sublinha Mann, ex-jornalista do Los Angeles Times e colaborador do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais. Segundo ele, esta geração de dirigentes distingue-se das anteriores pelo facto de todos eles terem passado pelo Pentágono, dando, antes de tudo, ?prioridade ao poder militar", afirma Mann.
O autor sublinha que Cheney já tinha sido secretário de Defesa e que Powell trabalhou em estreita colaboração com ele quando era o funcionário de maior patente do Exército americano. A visão geo-política de Cheney, forjada nos anos 60 sob a influência do professor de Ciências Políticas Leo Strauss, defende uns Estados Unidos com ?um poder militar tão impressionante que não tenha necessidade de procurar compromissos ou acordos (a menos que assim o decida) com outros países". Assim, acrescenta Mann, ?a decisão de invadir o Iraque resume praticamente todos os aspectos-chave da visão de mundo dos Vulcanos".
O livro, elogiado pela crítica pela sua profundidade e objectividade, relata com detalhe como os seis "Vulcanos" foram ganhando terreno ao longo das sucessivas administrações republicanas de Nixon, Ford, Reagan e Bush pai, antes de cercar e influenciar um George W. Bush completamente inexperiente em termos de política externa.