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Empresas farmacêuticas deixaram de investir nos antibióticos

A maioria dos grandes laboratórios farmacêuticos mundiais, como a Roche, a Aventis, a Eli Lilly, a Glaxo SmithKline e muitas outras empresas do setor biotecnológico, está a abandonar a investigação de novos antibióticos, advertiram cientistas reunidos num congresso mundial de doenças infecciosas realizado em Chicago.
Para Steven Projan, investigador da empresa americana Wyeth Research, a "saída de cena" começou há quatro anos e explica-se pela morosidade e pelo risco financeiro associados ao lançamento de novos antibióticos, a que se junta "a crescente dificuldade em fazer testes clínicos" de grande amplitude com o objectivo de testar novos medicamentos. Porém, "quando as grandes companhias saem do mercado também se retira uma grande fonte de financiamento para as pequenas empresas", que já não beneficiam do apoio destes laboratórios para conduzir os seus próprios testes clínicos, defende Projan.
Porém, este movimento de retracção ocorre num momento em que a resistência aos antibióticos actualmente disponíveis não pára de crescer. O aumento de bactérias resistentes "tornam alguns antibióticos praticamente inutilizáveis e outros menos eficazes", refere Karen Bush, cientista do grupo americano Johnson & Johnson, que afirma continuar a realizar pesquisas com antibióticos por motivos de "responsabilidade social".
Para esta cientista, o sector dos antibióticos - que continua a ser o terceiro sector em vendas de medicamentos, com um volume mundial de negócios de 45 mil milhões de euros anuais, apenas suplantado pelos medicamentos destinados a doenças cardiovasculares e as associadas ao sistema nervoso - deveria manter um atractivo comercial importante por serem medicamentos "mais baratos e menos perigosos de desenvolver relativamente a outros sectores terapêuticos".


  
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Edição:

N.º 127
Ano 12, Outubro 2003

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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