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Cerveira 2003 - "O artista e a globalização?

?Na edição de 2003 voltamos a contar com uma excelente participação a nível nacional e internacional, tendo aqui chegado inscrições de vários pontos do país, mas também do Brasil e da Europa central e de leste?, revelou a «A Página» o pintor Henrique Silva, responsável pela organização da XII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, que decorrerá de 16 de Agosto a 21 de Setembro, sob o lema ?O Artista e a Globalização: o seu papel como actor social?.
A concurso apresentaram-se 610 obras, das quais foram seleccionadas 190. ?A qualidade dos trabalhos e o espaço disponível foram os motivos que presidiram a essa escolha. Posso adiantar que, se não fossem as limitações do espaço, poderíamos ter seleccionado entre 250 a 300 obras?, revela Henrique Silva.
Além da exposição dos trabalhos concorrentes, o programa da XII Bienal prevê a realização, entre 16 e 31 de Agosto, de oficinas em regime de workshop (gravura, litografia, serigrafia, cerâmica, escultura em resinas e pedra, arte electrónica, pintura e desenho) - neste período decorrerão, ainda, colóquios sobre o tema da bienal e sobre o futuro das indústrias culturais da Galiza e do Minho, além de visitas guiadas e espectáculos musicais e de teatro de expressão portuguesa e galega.

Quatro homenagens

Entre os pontos altos da Bienal contam-se quatro homenagens.
José Rodrigues é um dos homenageados, em reconhecimento do seu apoio à vida cultural do país e à realização de anteriores edições da bienal, estando prevista a apresentação de uma colecção de Cristos que reúne mais de 40 trabalhos do (re)conhecido escultor. Nadir Afonso é outro dos homenageados, estando já aberta ao público, em Cerveira, uma exposição com 50 obras do pintor flaviense. Finalmente, a XII Bienal de Cerveira recordará o Guy Weelen, crítico de arte, escritor, ensaísta e desenhador, falecido em Portugal depois de ter integrado o júri da anterior edição deste certame.
Entretanto, até 5 de Julho, esteve patente naquela localidade minhota uma exposição retrospectiva da obra do pintor Fernando Azevedo (recentemente falecido) - um nome ligado a várias instituições, como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA). Em Novembro, esta mostra será apresentada no Museu de Pontevedra, seguindo depois para Lisboa (SNBA).

?O mais importante é a inovação?

Estendendo-se por vários espaços de Vila Nova de Cerveira - Solar dos Castros, biblioteca, estação dos caminhos-de-ferro, galeria Projecto, Casa do Artista, posto de turismo, quartel dos Bombeiros Voluntários, Pousada D. Dinis e Convento de Sampayo -, a Bienal conta com o apoio do Município (infra-estruturas, espaços, logística) e patrocínios de várias entidades ao abrigo da lei do mecenato, para além de concorrer a programas europeus.
Regista, por outro lado, uma dinâmica colaboração com várias entidades galegas (Museu e Faculdade de Belas Artes de Pontevedra e Centro Cultural de Ourense). ?Nos seus 25 anos de existência, a Bienal consolidou as suas estruturas como mostra de Arte Contemporânea de interesse nacional e internacional. Pretende agora comemorar essa efeméride com um convite especial aos agentes culturais da Galiza?, sublinha Henrique Silva, adiantando que o objectivo desta 12ª edição é criar ?laços culturais indispensáveis ao desenvolvimento de projectos comuns, reforçando desde já uma ligação entre os actores culturais de Vigo, Pontevedra e Ourense, através de acções e intercâmbios de projectos e artistas, e diversificando o seu programa com a intervenção dos próprios artistas e o recurso a outros espaços expositivos e ateliês, para além de espectáculos, colóquios e debates?.
Em jeito de convite aos leitores de «A Página», Henrique Silva salienta o mais significativo património da Bienal de Cerveira: ?Tem sido uma porta aberta para os jovens artistas. Muitos chegaram aqui como desconhecidos e saíram com sólidas perspectivas de futuro, tornando-se artistas prestigiados e construindo percursos de reconhecida criatividade que muito contribuíram para a valorização da arte e da cultura do país?.


  
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Edição:

N.º 126
Ano 12, Agosto/Setembro 2003

Autoria:

José Paulo Oliveira

José Paulo Oliveira

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