O governo espanhol acusou as escolas galegas de estarem por trás de um movimento de ?manipulação? dos estudantes, utilizando-os nos protestos contra a guerra no Iraque e no caso do petroleiro "Prestige". Sem que nada o fizesse prever, a Conselharia de Educação espanhola emitiu uma circular proibindo cartazes e outras formas de protesto nas escolas. O presidente da Junta de Galiza, Manuel Fraga Iribarne, ameaçou mesmo os responsáveis das escolas com ?sansões disciplinares? caso desrespeitassem a ordem. A questão despertou vivos protestos na comunidade educativa. A Confederação de Associações de Pais das Escolas Públicas da Galiza (Confapa), juntou-se aos professores exigindo a revogação da circular e lamenta que ela tenha sido justificada pelas autoridades com alegadas queixas dos encarregados de educação. Nuria Martínez, presidente da Confapa, desmentiu que se tenham registado queixas dos pais e reiterou o direito de os alunos "expressarem aquilo que pensam?, lamentando que aquele órgão do governo autónomo se tenha "desprestigiado" com a medida adoptada. Diversos colectivos de professores desafiaram a imposição por a considerarem um ?acto de censura?. Apesar de o governo galego andar a tentar serenar os ânimos, nomeadamente ao convocar reuniões com os representantes das escolas, a circular ainda não foi revogada. É que as eleições municipais realizam-se já este mês e voltar atrás com a decisão constituiria uma derrota política para o governo de Fraga.
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