Página  >  Edições  >  N.º 98  >  "De Mãos Dadas para a Cidadania"

"De Mãos Dadas para a Cidadania"

(projecto da Fundação Humberto Delgado)

O ano 2000 apresentou-se como um período de especial significado para a Fundação Humberto Delgado, dado ter sido aquele que viu nascer a sua Secção Pedagógica e, em consonância, o traçar de um projecto que serve de base à actuação em termos de escolas e outras associações que enquadram e desenvolvem actividades junto dos jovens.

Sendo hoje essa Secção uma realidade, a Educação para os Direitos Humanos e para a Cidadania apresenta-se como a ideia mestra que conduz toda a acção, seja esta da directa responsabilidade da Fundação, seja das instituições que a contactam para a partir dai desenvolverem as suas próprias actividades ou dar-lhes uma sequência mais alargada.

As propostas apresentadas e as ideias que ainda estão a ser aprofundadas (e outras materializadas) no âmbito do Projecto "De Mãos Dadas para a Cidadania" são, pois, fruto da experiência pessoal de todos aqueles que nelas estão envolvidos, assim como de iniciativas já realizadas pela Fundação e que justificaram por si só uma reflexão, planeamento e planificação acrescidos, no sentido de possibilitarem a um público alargado todo um manancial informativo, acima de tudo, motivador e de mobilização para a acção em torno de problemáticas consideradas como da maior importância para uma vivência responsável e autónoma dos jovens, numa sociedade que se quer democrática e o mais isenta possível de determinado tipo de constrangimentos.

Importava, de facto, consolidar ideias, tornar respostas que em determinada altura foram meramente ocasionais, em pequenos projectos com objectivos, estratégias e metodologias específicos. Apresentava-se urgente, sobretudo face às escolas (porque com estas temos tido bastantes contactos), fazer chegar algo de novo relativamente ao que até ai tinha sido feito e já era conhecido. Efectivamente, novas exigências e novos desafios a isso nos levaram. Mas também o prazer de cada vez mais e melhor respondermos a solicitações e a muitas expectativas.

O projecto que aqui está de certa forma a ser apresentado é, pois, fruto de todo um conjunto de constatações, reflexões, sugestões e também de experiências tidas no terreno. Mas a tudo isto acrescenta-se ainda a convicção de que as Organizações Não-Governamentais (ONG?s) são parceiras com grande importância junto de todos aqueles que trabalham com e junto dos jovens, com tudo aquilo que isso acarreta em domínios como os Conhecimentos, as Atitudes, as Capacidades e os Valores.

Assim, "De Mãos Dadas para a Cidadania" aparece-nos como uma realidade que se pretende partilhar, atendendo ao contributo que a partir de si pode ser dado para a formação (que se pretende integral) dos jovens, enfim, para a sua Educação para os Direitos Humanos e para a Cidadania, com todas as vertentes que cada um destes termos pode incluir. E aqui referimo-nos a tudo o que pode e deve ser consciente e seriamente reflectido, apresentado, debatido e trabalhado a nível de História, Património e Memória Colectiva, Ambiente, Consumo, Media, Segurança, Sexualidade, Igualdade de Oportunidades, Arte, entre outras abordagens possíveis.

Na medida em que se considera a imprescindibilidade de tratamento de todas estas temáticas, importa que surjam quer através de formas de acção mais directas, restritas e/ ou circunstanciadas em termos de tempo, quer de propostas de trabalho especialmente significativas, originais, estimulantes, motivadoras, possibilitadoras de novas, mais aprofundadas e diferentes realizações, de novas ideias e novos percursos. Ou seja, há que ter presente que a importância de tudo aquilo que é proporcionado seja, a não muito custo, ligado à vida, aos problemas e aos desafios que surgem quotidianamente, devendo também por isso ser suficientemente globalizante em termos de relações com o político, o económico, o social, o cultural, o mental.

Uma outra vertente a privilegiar é o estabelecimento de redes e o envolvimento de outros parceiros. De facto, num mundo onde a Globalização é cada vez mais uma realidade e onde as Tecnologias da Informação e Comunicação se impõem, o trabalho isolado e solitário não faz sentido. Urge, por isto, procurar e estimular parcerias, apresentar, partilhar ideias e projectos e, em conjunto, tentar rentabilizá-los. Porque o crescimento, a evolução e a maturação fazem-se e conseguem-se tornando reais estes pressupostos.

A Secção Pedagógica da Fundação Humberto Delgado através do seu Projecto "De Mãos Dadas para a Cidadania" está, assim, a apostar fortemente neste tipo de acções e formas de intervenção, encontrando-se aberta a contributos e sugestões venham estes das mais variadas áreas ou sectores. Educação para os Direitos Humanos e para a Cidadania pressupõem isto: diversidade, confronto de ideias e opiniões, troca de experiências, responsabilização face a tomadas de decisão e a comportamentos adoptados.

Mas tudo isto só terá sentido se o interesse e a adesão dos jovens for, em última instância, uma realidade. Realidade essa, traduzida nomeadamente em termos de posturas e comportamentos pessoais e sociais, ou seja, quer estes se verifiquem em relação a si, quer em relação aos outros, quer envolvendo ambos.

Sandra Cristina Almeida
Vice-Coordenadora da Secção Pedagógica
www.humbertodelgado.pt


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 98
Ano 10, Janeiro 2001

Autoria:

Sandra Cristina Almeida
Vice-Coordenadora da Secção Pedagógica da Fundação Humberto Delgado
Sandra Cristina Almeida
Vice-Coordenadora da Secção Pedagógica da Fundação Humberto Delgado

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo