Ensino Recorrente
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(com ou sem escola, o homem vive um processo contínuo de formação) Com ou sem escola, o HOMEM , não segue só a regra geral de um ser vivo que "nasce, cresce, reproduz-se e morre" está, isso sim, num processo contínuo de educação e formação. Segundo o artigo 20º da Lei de Bases do Sistema Educativo: - É organizado um ensino recorrente, para indivíduos que já não se encontrem na idade normal de frequência dos ensino básico e secundário.
- Este tipo de ensino é também um ensino de 2ª oportunidade para todos aqueles que não tiveram oportunidade de se enquadrar no sistema de educação escolar na idade normal de formação, tendo como objectivo primeiro, a eliminação do analfabetismo.
- Podem frequentar esta modalidade de ensino os indivíduos:
*Ao nível do ensino básico - 1º Ciclo - , a partir dos 15 anos *Ao nível do ensino secundário, a partir dos 18 anos. - Este ensino atribui os mesmos diplomas e certificados que os conferidos pelo ensino regular, sendo as formas de acesso e os planos e métodos de estudos organizados de modo distinto, tendo em conta os grupos etários a que se destinam, a experiência de vida entretanto adquirida e o nível de conhecimentos demonstrados.
Ao constituir-se como um ensino de 2ª oportunidade e por conseguinte destinado a um público específico está a garantir um direito consignado na Constituição da República Portuguesa. Parece-me fundamental este tipo de ensino tendo em atenção que o nosso país apresenta ainda índices reduzidíssimos de escolarização e de literacia. Dirigido essencialmente a uma população adulta, surge então a Educação de Adultos que através de uma socialização, deixa de haver uma escolarização propriamente dita e entramos isso sim, numa formação dos indivíduos ao longo da vida. A Educação de Adultos não se pode transformar nem esgotar na promoção de competências elementares, entenda-se escolares, mas antes recorrer a estratégias de animação comunitária, apoiando projectos de animação e desenvolvimento das comunidades, participando nos projectos das suas associações, dos seus clubes, dos seus grupos teatrais, etc. Mas para que a Educação de Adultos se afirme, é necessário criar uma boa rede de associações de desenvolvimento local, de forma a que estas apoiem de facto e de uma forma correcta e séria, um ensino recorrente/Educação de Adultos. Para que tudo isto funcione é necessário a existência do formador "ideal", tendo como matriz que ser formador do Ensino Recorrente, é uma actividade que deve ser exercida com prazer e vocação. Cabe ao formador recolher o máximo de conhecimento, informações e tendências, para que o seu nível pedagógico e profissional nunca esteja em causa. É ainda dever do formador ser solidário e reflectir com o grupo que orienta sobre a nossa forma de estar com os outros. Formar, de uma forma geral, é muito interessante. Acompanhar a evolução e o desenvolvimento das capacidades de cada aluno, mesmo do adulto, é extremamente gratificante. Somos criadores de emoções, vivemos com as alegrias e as tristezas de cada um que frequenta as nossas acções culturais, sem esquecer que fazemos parte de uma sociedade, às vezes injusta, e também temos sentimentos. Nos cursos do Ensino Recorrente criam-se laços de amizade que unem colegas e professores e restante comunidade envolvida no processo escolar, ultrapassando muitas vezes o espaço dos cursos, resultando em entre-ajuda em outras actividades. Ser formador pressupõe imensas dificuldades, desde passar vários dias e noites fora do seu ambiente familiar, reconhecendo justas as naturais reclamações dos familiares mais próximos, devido ao compromisso de o abandonarmos para preencher o serão nas actividades lectivas. Mas no final, após uma reflexão, chega-se à conclusão de que valeu a pena . . . Hoje, quando se fala em Educação de Adultos, necessariamente, terá que se ultrapassar o conceito de Educação Recorrente ou escolaridade de Segunda Oportunidade. Face às mudanças verificadas e às solicitações actuais, a Educação de Adultos deverá assumir-se, cada vez mais, como uma educação permanente - uma educação ao longo da vida - que, para além de proporcionar competências e saberes necessários à coexistência num mundo em constante mudança, terá que se preocupar com o facto de cada indivíduo desempenhar o seu papel de cidadão activo e participativo na vida produtiva, cultural e política de uma sociedade, tendo em vista a construção de um mundo cada vez mais democrático e solidário, no qual o direito à diferença e à igualdade de oportunidades seja uma realidade. A Educação de Adultos exige assim, a curto e a médio prazos, novas políticas e medidas sustentadas em projectos comuns que envolvam outras instituições, públicas e privadas, com particular destaque para o Ministério do Emprego e da Solidariedade. Maria de Lurdes Caldas Professora em acumulação no Ensino Recorrente Educação Extra-Escolar Coordenação Concelhia de Chaves
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Ficha do Artigo
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Edição:
Ano 9, Dezembro 2000
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Autoria:
Ensino Recorrente Educação Extra-Escolar. Coordenação Concelhia de Chaves.
Ensino Recorrente Educação Extra-Escolar. Coordenação Concelhia de Chaves.
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