(AFP)

A teoria darwiniana de evolução das espécies irá reaparecer nos programas escolares das escolas públicas do estado do Kansas, nos Estados Unidos, depois de ter sido banida pelas suas autoridades educativas e contestada por diversos organismos científicos norte-americanos.
O Departamento de Educação do Kansas tinha, ainda o ano passado, votado pela supressão da Teoria de Darwin no ensino estatal. Esta decisão tinha constituído uma vitória para a comunidade fundamentalista cristã, crente no "Criacionismo", teoria sustentada através de uma interpretação literal da Bíblia quanto às origens do mundo. Este revés foi agradavelmente acolhido por organismos como o Instituto Americano de Física, a Associação Americana para o Progresso da Ciência ou a União Americana de Geofísica.
A revisão do programa abrangia todos os níveis de ensino, desde o primário ao secundário, e não fazia menção a praticamente nenhum dos conceitos inerentes à teoria da evolução - como a selecção natural ou a genealogia das espécies - nem à origem do universo.
Uma sondagem publicada em Novembro do ano passado pelo jornal "Kansas City Star", indicava que 52% dos habitantes daquele estado estavam contra a supressão dos ensinamentos das ideias de Darwin e 32% eram favoráveis a essa medida. No entanto, se 65% dos inquiridos afirmava como certa a ideia de certos animais terrestres descenderem de animais marinhos, 35% acreditava ainda que Deus tinha criado o homem, e somente 49% que o homem tinha realmente evoluído ao longo dos últimos 10 mil anos.
O Kansas não é o único estado norte-americano que põe em dúvida a teoria da evolução. Nos manuais escolares das escolas do Alabama, situado no sul dos EUA, existe a seguinte advertência: "Estes livros falam da evolução, uma teoria controversa defendida por alguns cientistas como uma explicação científica para a origem dos seres vivos".

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