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Estalada Faz Mal

(AFP)

Várias centenas de jovens vindos de toda a inglaterra manifestaram-se o mês passado perto da residência oficial do primeiro-ministro britânico, em Downing Street, com palavras de ordem onde se pedia o fim dos castigos corporais e a reforma da lei que regulamenta este tipo de sevícia, legal na Grã-Bretanha.
"Pensamos que todas as formas de castigo corporal são inadaptadas e, por consequência, deviam ser ilegalizadas", afirmou Kate Wood, de 14 anos, vinda do norte de Londres. Uma delegação de seis crianças e adolescentes, acompanhados de um bebé de seis meses, foi recebida pelos representantes do governo, mas não pôde encontrar-se pessoalmente com o chefe de estado, Tony Blair. No exterior, os manifestantes mostravam cartazes onde se podia ler "Nós também temos direitos" ou "A estalada faz mal".
A marcha foi organizada pela "Artigo 12", uma associação de defesa dos direitos dos jovens. Por entre a multidão, Charles Dodd, de 70 anos, pastor anglicano de Derbyshire, admitiu que, apesar de pertencer a uma geração onde os castigos corporais sempre foram tidos como comportamento aceitável, "não existem palmadas dadas com afeição".
Os castigos corporais foram abolidos das escolas britânicas em 1986 e somente o ano passado nas escolas privadas. Apesar disso, o governo manteve a legalidade de as punições poderem ser aplicadas pelos pais, na condição de serem administradas num "quadro de amor e afectuosidade" e sem a ajuda de qualquer instrumento. Esta lei, que data de 1860, foi julgada ilegal pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

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Jornal a Página da Educação nº 90 - Abril de 2000, pg. 13


  
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Edição:

N.º 90
Ano 9, Março 2000

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
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