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Médicos a mais

Com a eleição do novo bastonário da Ordem dos Médicos, Germano de Sousa, os cursos de Medicina saltaram novamente para os títulos dos jornais. Este responsável considera que não deveria ter sido criada mais nenhuma faculdade de Medicina e que as já existentes estão sim subaproveitadas. Com mais dois cursos, diz, "vamos ter médicos a mais". A corroborar esta opinião, há quem defenda que não haverá médicos para leccionar nestas faculdades.
Aliás, a questão dos professores das faculdades de Medicina tem criado uma grande celeuma, é que quase 40 por cento do corpo docente são voluntários, ou seja, dão aulas sem qualquer contrapartida monetária. Em Lisboa ameaçam deixar de leccionar. Queixam-se de "sobrecarga de trabalho" e do "esforço acrescido que representa a actividade docente que continua a não ser remunerada".
Inevitavelmente surgem as perguntas: "Existe financiamento para mais duas faculdades e não há disponibilidade para pagar a estes docentes?" O próprio bastonário coloca essa questão e considera que se queremos um ensino de qualidade não é necessário fazer novas faculdades, mas investir nas existentes.
A Faculdade de Medicina do Porto e a direcção do Hospital de S. João já enviaram uma proposta ao Ministério da Saúde com uma solução possível: Não receberiam 14 meses, com subsidio e férias, mas apenas as semanas que leccionassem, que são cerca de 20. Um investimento que rondaria os 50 mil contos. O Ministério da Saúde, no entanto, já fez saber que esse problema não lhe diz respeito e que cabe à faculdade pagar-lhes.

Luisa Melo


  
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Edição:

N.º 76
Ano 8, Janeiro 1999

Autoria:

Luísa Melo
Jornalista
Luísa Melo
Jornalista

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