'Profa., ontem eu instalei no 'Hardware' do meu Computador um 'CD-Rom' sobre História Antiga, que é o máximo! Depois, me conectei à Internet e enviei um 'E-Mail' para o meu amigo da China, que tem um 'Software' bastante parecido com o meu! Então ele me forneceu o endereço de um 'site' da 'Web' que eu posso entrar quando quiser, para saber muito mais, não só sobre História Antiga, mas sobre a História do Mundo! A Senhora conhece?'
Este é apenas um exemplo da linguagem de uma boa parte das crianças e jovens, a qual, muitas vezes, se reduziria a um monólogo, devido à falta de conhecimento, tanto da linguagem, como da Informática e, consequentemente, da Internet, por parte do Professor!
Quero fazer uma crítica construtiva aos professores que 'ainda questionam a validade da presença da Informática na aprendizagem' (Prof. Frederic Litto, matéria exibida no 'site' Aprendiz do Futuro em 19/07/98), fazendo uso da reflexão do próprio Prof. Litto. Parece impossível estarmos ainda, entre os educadores, discutindo o mérito dos Computadores, sem que se leve em consideração que os mesmos há muito tempo que já fazem parte do nosso cotidiano e que, portanto, não podem ser excluídos!
Concordo inteiramente com Georges Snyders, quando afirma que uma das razões que colaboram para que a Escola não tenha alegria é a 'distância' entre alunos e professores. Snyders justifica a afirmação quando conclui que a grande maioria dos estudantes está 'olhando para o futuro', enquanto que seus professores estão 'voltados para o passado' ñ daí a diferença na linguagem e, consequentemente, na comunicação.
Se há falha na comunicação dentro da própria Escola, haverá certamente falhas de aprendizagem. Se é através da Educação que o Indivíduo se prepara para viver em Sociedade, para adentrar ao mercado de trabalho, com certeza espera-se que a Escola não só esteja absolutamente atualizada, como principalmente com visão de futuro suficiente para preparar esse indivíduo para a Sociedade futura.
Convido então o leitor a refletir comigo: não há uma grande incoerência entre os professores que estão discutindo/refletindo sobre a viabilidade ou não do uso da Informática na Escola?
O Professor é e sempre será um modelo, um formador de opiniões e, portanto, precisa ser respeitado, admirado. Mas como admirar uma figura que não arrisca romper com seus próprios limites? Como esse professor poderá aconselhar seus alunos a estudar continuamente se ele próprio não se atualiza?
O Mundo está em constante evolução, portanto não podemos mais agir com nossos alunos como nossos professores agiam conosco, quando éramos crianças. A 'receita' não dá mais resultado. Se a Sociedade evoluiu, os alunos também evoluiram. E a Escola/Professores deveriam Ter sido os primeiros a demonstrar essa evolução.
Já é tempo de cessar as reflexões e discussões, e de admitir de uma vez por todas que a carreira do Magistério tem papel fundamental na formação do cidadão e que a Tecnologia, a Informática, fazem parte do Mundo atual e não podem ficar de fora!
Vamos então nos reciclar, vamos dirigir nossa atenção para o aluno, preocupando-nos com a comunicação, com a linguagem utilizada. Vamos enfim, 'falar a mesma língua e influenciar nossos alunos, positivamente!'
Considero que negar a modernização é um profundo desrespeito não só com o aluno, mas com a Sociedade que ele irá integrar.

Giselle Castro Fernandes
Psicopedagoga
Itu/São Paulo
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