Página  >  Edições  >  N.º 68  >  Sobreviver e Lutar pela Sobrevivência

Sobreviver e Lutar pela Sobrevivência

Associação Juvenil 'Olho Vivo'

A Associação Juvenil 'Olho Vivo' é uma organização sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada há dez anos, que tem por objectivos divulgar e defender o património histórico e natural, fomentar a educação ambiental e promover a defesa dos direitos humanos e o combate ao racismo e a xenofobia. Apesar da sede nacional se situar em Lisboa, a 'Olho Vivo' tem um funcionamento descentralizado com núcleos em Braga, Coimbra, Marinha Grande, Vila Nova de Foz Côa, Sintra, Barreiro e Porto.
Instituido há quatro anos, o núcleo portuense estabeleceu como prioridade a intervenção na área dos direitos humanos. À parte das associações de estudantes dos PALOP, criadas essencialmente com o propósito de responder a problemas como a integração na universidade, a atribuição de bolsas e a falta de pagamento das mesmas, não existia nenhuma outra que representasse os cidadãos estrangeiros na cidade, apoiando-os na integração no trabalho, na educação e em processos jurídicos como a legalização.
Durante 1997, desenvolveu projectos como os 'Jovens contra o Racismo', 'Viver uma Escola Diferente', o 'Gabinete de Apoio à Inserção Sócio-Profissional de Imigrantes' ou a 'Linha Anti-Racista', trabalhando estes temas tanto com imigrantes como com jovens portugueses, através de conferências, colóquios ou exposições itinerantes realizadas em escolas.
A direcção do 'Olho Vivo' aposta, nesta linha, na assinatura de protocolos com as escolas que permitam uma actividade contínua ao longo do ano lectivo, dinamizada por grupos que integrem elementos da própria associação e professores interessados em desenvolver estes temas.
Para associações não governamentais como a 'Olho Vivo' a sobrevivência tornou-se quase um hábito. A quota paga pelos associados - cerca de trezentos, oitenta por cento dos quais imigrantes - é manifestamente insuficiente para as despesas de funcionamento. O apoio concedido pelo Instituto Português da Juventude, por exemplo, não chega para pagar o telefone e a renda de um espaço diminuto. Por outro lado, a falta de reconhecimento público leva a situações frustrantes. No ano passado, por exemplo, viram recusado um financiamento de quarenta mil contos, no âmbito da União Europeia, por não terem conseguido obter um crédito pecuniário de 26 mil junto de uma instituição bancária.

O 'Olho Vivo' sobrevive a lutar pela sobrevivência.


  
Ficha do Artigo
Imprimir Abrir como PDF

Edição:

N.º 68
Ano 7, Maio 1998

Autoria:

Olho Vivo
ONG
Olho Vivo
ONG

Partilhar nas redes sociais:

|


Publicidade


Voltar ao Topo