Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a educação é responsabilidade de toda a sociedade e não apenas da escola. Felizmente, nos últimos anos a mentalidade da Escola vem-se alterando. É possível encontrarmos escolas que se preocupem em desenvolver, além do ensino sistematizado, os valores éticos, a cidadania, a cooperação, a sensibilidade pelas Artes em geral; enfim, o desenvolvimento do cidadão do 3º Milénio - cuja sociedade exige transformações! Da mesma forma, todos os grupos sociais aos quais a criança/adolescente pertencem (grupo religioso, desportivo...) são responsáveis por esse desenvolvimento.
Mas... e a Família?
Os pais têm a função vital na educação. Não são apenas 'mantenedores' dos seus filhos. Os pais são os modelos (físico, moral, social, verbal e visual) e, como todos os modelos, podem ser positivos ou não. Seguindo esse raciocínio, não pode haver separação entre a linha educacional da Escola e a da Família. A Educação precisa ser coerente de ambos os lados para que o jovem tenha equilíbrio emocional e cultural, conquistando a sua Autonomia para a vida adulta. Portanto, é fundamental que Família / Escola tenham um bom relacionamento, assim como Família / outros grupos sociais aos quais a criança e o adolescente pertençam. No entanto, muitas vezes percebe-se pais descontentes com determinadas posições da Escola e vice-versa. Na maioria dos casos, esse 'descontentamento' tem origem na falta de comunicação e/ou comunicação inadequada.
A Escola normalmente só comunica com os pais através de Circulares, Reuniões Gerais entre Pais e Mestres, ou então só requisita a sua presença quando 'as coisas andam mal'. Essa Escola precisa de entender que a maior parte dos pais não faz parte do meio educacional. É necessário então que a Escola convoque os pais para esclarecer a linha educacional que pretende seguir, explicando os porquês de determinadas posições. Nesse momento, há a oportunidade de troca de pontos de vista, com um objectivo em comum: o desenvolvimento pleno da criança/adolescente!
Por outro lado, a Família também precisa de participar mais do dia-a-dia escolar de seus filhos (e não apenas no 'Dia do Boletim'), uma vez que com a vida agitada dos dias actuais esse quotidiano escolar acaba por passar para segundo plano. Não quero dizer com isso que os pais que passam pouco tempo com seus filhos, por ex. os que estudam e trabalham, prejudicam os seus filhos. É importante enfatizar que o que faz a diferença é a 'qualidade' e não a 'quantidade' de tempo que se passa com os filhos. Assim, destaco que quanto mais activos, cultos e participantes os pais forem, mais incentivo darão aos filhos. Porém, é necessário que os filhos saibam da importância que seus pais dão aos seus estudos, bem como que haja uma 'cobrança' saudável por parte dos pais. Ou seja, a definição clara dos papéis de cada um: Os Pais Trabalham e Os Filhos Estudam!! Todos juntos, para o desenvolvimento de toda a Família.
O segredo? Não há. O sucesso na vida e na Escola é que depende, portanto, de todos !!!

Giselle Castro Fernandes