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Jornais escolares: “um trabalho fantástico, frequentemente surpreendente”

Tal como se aprende a ler, escrever e contar para se ter acesso a uma vida autónoma, é preciso aprender os media, porque eles são uma fonte de saberes, mas também de manipulações. O jornal Público foi pioneiro na promoção da educação para os media, constituindo o projecto Público na Escola – cujo lançamento remonta à fundação do jornal – uma experiência única no universo mediático nacional.

“O Público na Escola tem tantos anos como o jornal Público, 20. É um projecto de educação para os mediae tem como principal objectivo ajudar os professores e outros educadores a compreenderem o universo dos media – fala-se da sua influência, mas poucos sabem como funcionam e como é que tal influência se exerce. Conhecer o mundo mediático é, pois, algo da maior relevância educativa”.
A síntese é de Eduardo Jorge Madureira (EJM), director pedagógico do projecto, que define três “áreas fundamentais” de intervenção estratégica: “fornecer elementos que ajudem a compreender o mundo dos media”; “ajudar os professores na sala de aula, nomeadamente na utilização dos textos da imprensa como elementos de apoio”; “estimular o surgimento de jornais escolares, ou ajudar a melhorar os que já existem em muitas escolas de todo o país”. A propósito desta última, EJM sublinha que o objectivo é “ajudar a fazer, ajudar a melhorar, distinguir os melhores e divulgar o trabalho jornalístico das escolas”.
Fornecer aos mais novos instrumentos para que eles sejam capazes de identificar a informação de que necessitam, onde é que ela pode ser procurada e como é que se distingue a boa da má informação, são alguns aspectos que, segundo EJM, não podem ficar esquecidas nos projectos de educação para os media – preocupações que perpassam, também, no trabalho desenvolvido ao nível das bibliotecas escolares. Por isso, como salienta, o trabalho do Público na Escolafaz-se, em grande medida, em articulação com o Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares.
A face mais visível do projecto é o boletim mensal «Público na Escola». Editado entre Setembro e Junho, apresenta-se como uma ferramenta prática para todos os educadores, transformando os media  em instrumentos ao serviço da inovação pedagógica e da aprendizagem da vida cívica e promovendo uma reflexão crítica sobre a lógica específica dos diversos meios de Comunicação Social. Cada número destaca um tema – passos necessários para editar um jornal escolar; regras mais importantes para o uso seguro da Internet; erros, fraudes e manipulações jornalísticas; a imagem das escolas nos media; as bibliotecas escolares e a educação para os media; o que lêem e vêem os mais novos –, apresenta sugestões de trabalho para aulas das várias disciplinas e divulga o trabalho que as escolas desenvolvem na área da Comunicação Social.
Além disso, “o projecto edita cadernos dedicados a temas de vincada actualidade, como a educação para o consumo, os direitos humanos ou a defesa do planeta, com textos jornalísticos seleccionados, acompanhados de sugestões de trabalho para as diferentes disciplinas”. Por outro lado, o responsável do projecto é frequentemente solicitado para participar em diversas iniciativas das escolas, “incluindo reuniões de trabalho com os grupos de jornalistas escolares, sessões de formação, debates e apoio aos clubes de jornalismo”. Participação que permite a EJM sublinhar o “trabalho fantástico e até, frequentemente, surpreendente” desenvolvido na imprensa escolar. Comprova-o a dimensão e a qualidade da participação no Concurso Nacional de Jornais Escolares, que o projecto promove anualmente (ver página seguinte), chamando a atenção, “repetidamente, em alguns casos”, para a qualidade das publicações dinamizadas nas comunidades educativas.

José Paulo Oliveira 

Jornalista


  
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Edição:

Edição N.º 189, série II
Verão 2010

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