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O novo ciclo da escolaridade primária

Quantos de nós, durante a escolaridade primária, escrevemos uma ou outra redacção sobre o aspecto da escola e do que mais gostava de fazer no período lectivo. Quantos de nós guardam boas recordações do recreio, daquele passeio ao museu da cidade ou da ida à praia. Daí a uns anos, temos o privilégio de reviver estes momentos quando os nossos filhos estudam naquela que foi a nossa escola primária, com uma série de alterações como são as actividades de enriquecimento curricular, a existência de cantina. Pois bem, os tempos vão mudando, e se por vezes a mudança acarreta desvantagens e inconvenientes, não deixa de ser uma tentativa de melhoria ou de actualização aos novos tempos e às exigências da conjuntura Europeia.
Uma das razões de ser destas mudanças, senão a mais importante, é a reorganização da rede escolar que se fez sentir com mais acutilância a partir de 2003. No entanto, se foi bem conhecida a mobilização de determinadas comunidades locais ao encerramento das escolas do 1.º ciclo do ensino básico (CEB), está-se a assistir a um número cada vez maior de apoiantes deste modelo organizativo, não só de autarcas mas também de pais e professores. A realidade deste nível de ensino está a mudar e o seu futuro passa naturalmente pela construção dos centros escolares, deixando para o passado a imagem da escola com uma, duas ou quatro salas.
As nossas incursões no terreno, junto de comunidades educativas que vivenciaram e vivenciam esta transformação, têm produzido opiniões concordantes com algumas das finalidades definidas pelo Executivo. São vários os testemunhos que valorizam a melhoria dos edifícios do 1.º CEB aproximando-se da qualidade dos restantes ciclos. Em concelhos com taxas elevadas de suspensão escolar e cujas autarquias respeitaram os seus compromissos de melhoria do parque escolar, os pais dos alunos encontram-se satisfeitos com os edifícios rejuvenescidos, com os serviços de cantina e com o prolongamento do horário. Os professores são da opinião de que, sem dúvida, se detectam melhorias nas condições do ensino, apesar de se queixarem da acumulação de trabalho e de desvantagens para a sua situação profissional. O nível de satisfação é ainda maior nos locais em que existe um centro escolar.
Para um maior esclarecimento e debate da implementação desta tipologia de rede escolar, a partir do próximo ano lectivo iremos desenvolver um conjunto de acções nos distritos da Guarda e de Viseu. Em Setembro será realizado um seminário nesta cidade e ao longo do ano uma série de acções de formação em agrupamentos escolares destas regiões, cuja rede escolar foi e está a ser muito modificada.
Esperamos que as expectativas das comunidades escolares não saiam defraudadas e que para as novas gerações este nível de ensino continue a ser uma boa recordação e um marco decisivo da formação pessoal.

Jorge Pinto Ferreira

 


  
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Edição:

N.º 181
Ano 17, Agosto/Setembro 2008

Autoria:

Jorge Pinto Ferreira
Doutorando em Estudos da Criança, Universidade do Minho
Jorge Pinto Ferreira
Doutorando em Estudos da Criança, Universidade do Minho

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