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As novas tecnologias da informação aproximarão o mundo dos Jogos Olímpicos de Pequim

COMUNICAÇÃO

Quando Coroebus de Elis ganhou a primeira corrida olímpica de velocidade no ano 776 antes de Cristo, o resultado foi anunciado nas praças, ruas, e mercados nos dias e semanas seguintes, facto muito diferente do que ocorrerá nos Jogos Olímpicos de Pequim, em pleno auge das novas tecnologias.
Os resultados dos Jogos Olímpicos de 2008 serão conhecidos imediatamente em todo o mundo, e não só pela televisão, mas através das conexões da Internet, telefones móveis e outros sistemas criados pelas novas tecnologias.
Para aqueles que não podem acompanhar as competições on-line ou pela televisão, as imagens de todas as provas estarão disponíveis nos sites ou portais de vídeos, como o YouTube.
"A tecnologia moderna permite ver resultados ou dados que se queira ver, enquanto que antes só se via o que o programador decidia que seria visto", explicou Danyll Wills, um consultor de tecnologia residente em Hong Kong. "O YouTube estará inundado (de vídeos) desde o dia seguinte", vaticinou.
A empresa i-Cable, também de Hong Kong, integra um grupo de companhias, que inclui o gigante americano NBC, o japonês NHK e o chinês CCTV, para seguir na rede o acontecimento desportivo, fomentando a interactividade e as decisões do espectador.
"Pode-se acompanhá-lo pela televisão, mas o que estamos a proporcionar é que se possam ver os Jogos Olímpicos a qualquer momento, de qualquer lugar", disse uma porta-voz da i-Cable, Ivy Ng.
Os especialistas acreditam que os novos costumes e as novas tecnologias da comunicação têm modificado velhos hábitos, pelos quais a televisão era a forma mais rápida e directa de acompanhar uma competição ou um outro acontecimento.
O professor Gary Chan, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, calculou que a popularidade da Internet e a sua forte presença nos lares e locais de trabalho farão com que seja a via mais utilizada nas retransmissões no futuro. "No futuro, a nossa televisão será o nosso computador", salientou.
Chan também se mostrou convencido de que vai haver crescimento e uma importância crescente no acompanhamento pela Internet dos futuros grandes acontecimentos desportivos, como o Campeonato do Mundo de Futebol na África do Sul-2010 ou os próximos Jogos Olímpicos, Londres-2012.
As inovações desenvolvem-se ainda mais com o aparecimento dos produtos que integram as diferentes tecnologias e que permitem acesso à Internet, como os telefones 3G (terceira geração).
No Japão, os responsáveis pelas empresas electrónicas esperam um 'boom' de vendas dos telefones que permitem o acesso à televisão com qualidade digital.
"É menos popular, especialmente para acontecimentos importantes como os Jogos Olímpicos, porque os telefones celulares têm um ecrã muito pequeno, mas quando se deseja algo directo, o telemóvel é, por agora, a única forma", considerou o professor Chan.
Apesar das previsões de um futuro diferente e adaptado a estas tecnologias, também há analistas que se mostram mais cautelosos e que resistem em acreditar que se tenha uma mudança de fundo na maneira de retransmissão.
"Deduzo que em Londres-2012 será um lugar melhor (para ver se há mudanças). Mas o que será interessante observar em Agosto é se há pessoas no metro vendo as provas nos seus iPhones", sublinhou Danyll Wills.

José Paulo Serralheiro
AFP


  
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Edição:

N.º 181
Ano 17, Agosto/Setembro 2008

Autoria:

José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
AFP
Agence France-Presse
José Paulo Serralheiro
Professor e Jornalista. Director do Jornal a Página da Educação.
AFP
Agence France-Presse

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