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Arnaldo Cruz

Uma escola de ética, competência e humildade

Prematuramente, com apenas 55 anos, dia 28 de Abril de 2005, o Paraná se despediu do jornalista Arnaldo Alves Cruz (26/2/1950 - 28/4/2005), director de redacção de um dos maiores jornais do Sul do Brasil (Gazeta do Povo). Foi e será sempre uma escola de moral, sabedoria e modéstia.
Justiça foi feita, ele é nome de escola, em Curitiba. Foi fundador da Associação de Defesa e Orientação do Cidadão (Adoc). Literalmente, era génio e um presente que Deus doou à humanidade.
Agigantou o jornalismo paranaense. Exerceu, cultivou e alargou as fronteiras da liberdade de expressão, da criatividade, da ética na linguagem e senso patriótico na comunicação. Não deu chance aos males que rodeiam e contaminam a imprensa. Governantes e políticos, às vezes, envenenam as fontes de informação e comprometem a verdade.
Quando cumpre a finalidade social, a imprensa é boa e produz resultados que nunca terão fim. Embora exista certa padronização na actuação profissional no país, Arnaldo valorizou individualmente, o talento e as competências de cada pessoa. Quanto mais qualificados e éticos forem os comunicadores, melhores serão a imprensa e a democracia.
Entendia muito bem que a submissão dos meios de comunicação é responsável parcial pelo subdesenvolvimento, alienação e empobrecimento dos cidadãos. Por essa razão, doou-se integralmente para o bem dos cidadãos, prestando serviços de primeira grandeza à sociedade. A população pode se distrair e não enxergar tudo o que acontece de um lado e do outro da rua, mas os jornalistas nunca.
A imprensa, em particular o jornal impresso e on-line, é a única instituição que busca excelência em si mesma, premia o bom e repreende o ruim. A leitura é processo de aprendizagem contínua, isto é, todo leitor aprende, incorpora valores, cresce interiormente, amplifica a visão intelectual, a cultura pessoal e as faculdades humanas. As inovações estão diariamente estampadas nos jornais.
A vida de Arnaldo foi curta, mas ele foi responsável por muitas mudanças. Os seus desafios foram assumidos e estão sendo cumpridos pelos seguidores. Arnaldo quebrou a espinha dorsal de muitos modismos e males decorrentes da falta de orientação. Sofreu por causa da perversão, exploração e desinformação. Também por isso, criou a Adoc.
Não pediu licença para praticar a lei justa, a ética na notícia e o bem público. Não foi a reboque das crises e dos industriais do apocalipse, nem aceitou reproduzir excesso de coisas desnecessárias.
Atacou de todas as formas os focos da ignorância e a parte má que aniquila os seres humanos. Preocupou-se com o coeficiente de iniquidade social. Ensinou a criar hábitos e praticar a ética em qualquer idade, circunstância, ambiente e actividade profissional. Potencializou as comunicações como instrumento de informação, formação, entretenimento, desenvolvimento, paz e harmonia social. (...)

Pedro António Bernardi


  
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Edição:

N.º 178
Ano 17, Maio 2008

Autoria:

Pedro António Bernardi
Jornalista, economista e professor, assessor e consultor de comunicação, autor do livro Palavra Amiga. pedro.professor@gmail.com
Pedro António Bernardi
Jornalista, economista e professor, assessor e consultor de comunicação, autor do livro Palavra Amiga. pedro.professor@gmail.com

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