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Menos aviões, mais cheios e mais caros nos EUA

Preço dos combustíveis

As grandes companhias aéreas americanas estão a tornar-se deficitárias com a subida dos preços do petróleo, e os passageiros nos Estados Unidos começam a pagar o preço, com voos cancelados, aviões cheios ao máximo e tarifas em alta.
Todas as companhias "históricas", que se tornaram timidamente rentáveis no ano passado após os problemas enfrentados depois do 11 de Setembro de 2001, estiveram no vermelho no primeiro trimestre devido ao preço da gasolina de aviação.
Em 22 de Abril a Delta Air Lines anunciou uma perde de 274 milhões e a Northwest Airlines de191 milhões. Outras "grandes" também anunciaram deficits: Continental perdeu 80 milhões; American, 328 milhões e United, 537 milhões.
Todas explicaram que a sua factura de combustível aumentou cerca de 50 por cento em comparação com o primeiro trimestre de 2007.
Em termos de custos, o combustível passou para o primeiro lugar, ultrapassando os custos salariais.
O analista da Calyon Ray Neidl julga que "as companhias vão sobreviver em 2008 mas as suas contabilidades descerão a níveis alarmantes em 2009".
Muitas pequenas companhias não resistiram. As quebras multiplicaram-se, com o encerramento recente de Frontier, Skybus, ATA, Aloha Airlines ou ainda Champion Air, com um acumulado de cerca de 4.600 despedimentos.
Para limitar os prejuízos, as grandes companhias reduzem a sua capacidade de transporte em voos domésticos nos Estados Unidos. É aí onde enxugam as perdas mais pesadas, face à concorrência de uma miríade de companhias de baixo custo impedindo-as até agora de aumentar as suas tarifas.
Os voos domésticos americanos vão tornar-se, assim, cada vez mais raros.
Até o fim de 2009, a Delta conta reduzir de 9 a 11 por cento a sua capacidade, cancelando de 15 a 20 voos e retirando do serviço entre 60 a 70 aparelhos. A Northwest vai suprimir 5 por cento da sua capacidade actual com menos 20 aviões. United Airlines vai aposentar 30 aparelhos e reduzir a sua oferta em 9 por cento, após uma primeira redução de 5 por cento no final de 2007. A Continental prevê uma redução de 5 por cento assim como a American Airlines.
A maior parte delas pretende aumentar os voos internacionais, mais rentáveis, graça às viagens de negócios, mas a concorrência aumenta o risco de limitar as suas ambições.
As companhias americanas querem também aumentar os seus preços. Não forçosamente com os bilhetes mais caros; pretendem superfacturar uma quantidade de serviços: as bagagens suplementares custarão mais 10 a 50 dólares, a reserva dos lugares será muitas vezes paga, sem esquecer os alimentos fornecidos a bordo e a utilização de vídeos...
A United pretende suprimir 1.100 postos de trabalho e a Delta conta com 2.000 saídas voluntárias.
A Continental pressiona os seus pilotos para economizarem combustível nos voos transatlânticos, o que está a fazer aumentar agora, em relação a 2007, os pedidos de aterragem de urgência de aparelhos com os reservatórios quase vazios, segundo um relatório oficial recente.

AFP


  
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Edição:

N.º 178
Ano 17, Maio 2008

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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