RACISMO e CRIME SEM CASTIGO
Centenas de pessoas desceram à rua sábado, 26 de Abril, em Nova York, para protestar contra a decisão, na sexta-feira, de absolver os três policias que, em 2006, crivaram de balas um jovem negro de 23 anos, no dia do seu casamento, à saída de uma boate. Os manifestantes fizeram uma manifestação nas ruas do Harlem, bairro do norte de Manhattan, entoando "não há justiça, não há paz" e carregando cartazes com números para recordar as 50 balas disparadas contra Sean Bell, que estava desarmado. Entre os manifestantes, Al Sharpton, militante histórico da luta pelos direitos civis, convocou outras mobilizações e actos pacíficos de desobediência. "Sabemos, estrategicamente, como bloquear esta cidade", disse Sharpton. Na sexta-feira, o juiz Arthur Cooperman decidiu abandonar as acusações contra três policiais que, em 26 de Novembro de 2006, perseguiram de carro um veículo à saída da boate, disparando contra os seus três ocupantes. Sean Bell foi morto, e os seus dois amigos ficaram feridos. Os policias justificaram o uso das suas armas, alegando que acreditaram que os ocupantes do veículo estivessem armados, o que não foi o caso. O juiz considerou que os policias não tinham responsabilidade criminal na morte de Sean Bell: "os testemunhos não foram suficientes para provar que os policiais se enganaram ao abrir fogo". O depoimento dos três oficiais foi "mais crível do que o das vítimas", disse o juiz, num comunicado.
AFP
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