IGREJA ESPANHOLA
Os cristãos socialistas defenderam o presidente do governo espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, frente às recentes críticas feitas por autoridades da Igreja Católica. "Sentimos, como tantos católicos, religiosos, laicos, padres e inclusive bispos, um profundo mal-estar. É preciso corrigir o rumo que alguns querem dar à Igreja Católica espanhola", consideraram os cristãos socialistas numa carta assinada pelo coordenador desse grupo, Carlos Garcia de Andoin. Os cristãos socialistas deixam clara desta forma a sua discordância em relação à "nota de orientação pastoral" difundida pela Conferência Episcopal Espanhola para as eleições legislativas de 9 de Março, na qual criticaram o governo socialista por ter negociado com a organização armada basca ETA e pela lei do casamento entre homossexuais. "O ponto relacionado com o terrorismo vai mais além do papel que compete aos bispos", segundo os socialistas cristãos, lembrando que o governo conservador de José Maria Aznar "recorreu ao serviço de mediação da Igreja" para negociar com a ETA em 1998-99. O próprio papa Bento XVI apoiou o processo de diálogo entre o governo espanhol e a ETA durante uma trégua desta que começou em Março de 2006. Os cristãos socialistas defenderam as medidas sociais tomadas pelo governo de Zapatero, como o casamento entre homossexuais e o fim do carácter obrigatório do ensino da religião nas escolas, criticadas pelos bispos. "Estas políticas transformaram valores éticos em realidades sociais", consideram. O Partido Socialista já tinha considerado "imoral" a nota dos bispos, além de ter classificado a atitude da Igreja como terrorismo eleitoral. "Há um acordo entre o sector mais duro e mais radical dos bispos e o Partido Popular", comentou, entretanto, Zapatero.
AFP
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