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Medidas que terão contribuído para diminuir a violência em escolas de São Paulo
Cerca de dois mil e quatrocentos directores de escolas foram chamados a conhecer e a debater, no Estado de São Paulo, os programas «Escola da Família» e «SuperAcção Jovem», relacionados com a resolução de problemas comunitários e com o combate à indisciplina e à violência escolar.
O encontro contou com a participação do governador Geraldo Alckmin , que, em conversa com jornalistas, disse que estas iniciativas "são um sucesso" e reconheceu o papel que nelas tem a UNESCO: "A experiência internacional da UNESCO ajuda-nos a construir uma escola cidadã que contribui para o desenvolvimento da sociedade".
O «SuperAcção Jovem» está inserido num programa mais vasto que é o «Escola da Família». Este é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que, no Estado, já promoveu a abertura de 5.306 escolas públicas aos fins de semana.
Já o «SuperAcção Jovem», desenvolvido pelo Instituto Ayrton Senna em 2.102 escolas, é um projecto que visa envolver os jovens de modo a que eles mesmos façam um diagnóstico dos seus problemas, dos problemas da sua comunidade, da escola e procurem encontrar, eles mesmos, soluções.
Desde a sua criação, em Agosto de 2003, o «Escola da Família» conseguiu reduzir em 36 por cento as ocorrências policiais registadas no entorno da escola. Essas percentagens são ainda mais expressivas se computadas apenas às 2.102 escolas que abrigam o «SuperAcção Jovem». Nessas escolas, caíram em 55,4 por cento as ocorrências de agressão física e 57,3 por cento as ameaças a professores, alunos ou funcionários feitas por alunos. O número de homicídios ficou em zero e regista-se também uma diminuição expressiva de 85,7 por cento no porte de drogas e 62,7 por cento no consumo, além de 62,9 por cento no porte de armas e 42,2 por cento nos furtos. As ocorrências contra as instalações escolares também caíram: as depredações diminuíram em 43 por cento e as pichagens, 33 por cento.
"Poder é uma palavra importante para os jovens e é melhor que eles tenham poder para resolver os problemas da escola do que dentro do tráfico", disse na ocasião o Secretário de Educação do Estado Gabriel Chalita. Alckmin também sublinhou a importância do chamado "protagonismo juvenil" e de a comunidade se encontrar na escola, um espaço aberto e democrático. Viviane Senna lembrou, por diversas vezes, o irmão, Ayrton, incentivando todos a reconhecer o "campeão" que existe dentro de cada um.
A base essencial destes projectos está em disponibilizar a escola aos jovens e às suas famílias, aos fins de semana, para que sejam eles mesmos a ter a iniciativa de se organizar e de discutir e debater os problemas que consideram mais importantes para si e para a sua comunidade. Assumir o poder e, através do seu exercício, aprender a usá-lo de uma forma prática e directa, entusiasma muitos jovens levando-os a decidir reconstruir os seus comportamentos e as suas vidas sem o controle de terceiros.

  
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Edição:

N.º 170
Ano 16, Agosto/Setembro 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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