DESAFIOS INTERNACIONAIS
O projecto de criação de uma instituição bancária alternativa ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), avançada recentemente pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, com o apoio de países como a Argentina, a Bolívia e o Equador, gerou polémica na reunião anual deste organismo, realizada no final de Março na Guatemala. "O grande banco de desenvolvimento para a América Latina ainda está para nascer", declarou o ministro venezuelano das Finanças, Eduardo Cabeza, dando a entender que este papel poderá deixar de caber ao BID, uma instituição financeira criada há quase meio século e da qual os Estados Unidos, rival de Caracas, controlam 30% do capital. "O Banco do Sul é uma alternativa", afirmou o venezuelano, que aproveitou a sua participação na reunião anual do BID para diversas reuniões com os outros três países interessados na iniciativa, aos quais se poderão juntar ainda o Paraguai e o Brasil. "Este projecto deixou se ser mera retórica", sublinhou o ministro, afirmando que a sua institucionalização poderá ter lugar ainda no primeiro semestre deste ano. O ministro colombiano das Finanças, Oscar Iván Zuluaga, descartou qualquer apoio ao projecto lançado por Chávez, que precisa de contar com um capital inicial de 7 mil milhões de dólares para constituir uma verdadeira alternativa ao maior credor multilateral do continente sul-americano. Já o presidente do BID, o colombiano Luís Alberto Moreno, evitou entrar em polémica e considerou a decisão como "soberana" desses países.
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