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Obesidade: O novo flagelo social
Nas últimas décadas a obesidade tem adquirido proporções epidémicas em todos os grupos etários. Definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença crónica, a sua distribuição e prevalência parece estar associada com o nível sócio-económico e cultural das populações, bem como com estilos de vida sedentários e hábitos alimentares incorrectos. Esta tornou-se um factor de risco de morbilidade e mortalidade muito importante.
Se analisarmos o nosso estilo de vida, com a tecnologia que hoje qualquer um tem à sua disposição, cada vez se realiza menos esforço para levar a cabo as mesmas tarefas diárias, que no passado exigiam um grande dispêndio energético. A juntar a estas alterações, não podemos ignorar as mudanças dos hábitos alimentares, pois cada vez mais as refeições são hipercalóricas, o fast food invade as ementas das refeições de todos nós. Estas modificações do estilo de vida expuseram o homem ao aumento de incidência das chamadas doenças hipocinéticas, provocadas pela ausência de exercício físico. Nestas estão incluídas a obesidade, diabetes, hiperlípidemia, hipertensão, problemas de coluna crónicos, ansiedade, stress, depressão entre outras. O peso excessivo também é a causa de problemas psicológicos, inconveniências dos mais diversos tipos, frustrações e infelicidade. Sem dúvida alguma, o melhor tratamento para a obesidade é a prática habitual de actividade física e a alteração dos hábitos alimentares, evitando consumir alimentos ricos em gorduras e açúcares.
A obesidade, sendo uma doença cada vez mais emergente em todo o mundo, carece de uma atenção especial, principalmente nas crianças e jovens. Segundo Whitaker e col., uma criança obesa será provavelmente um adulto obeso.
Nos EUA, a prevalência da obesidade duplicou nos últimos 20 anos; estima-se assim, que a obesidade e demais doenças associadas matam 300 mil pessoas/ano. Na Europa, apesar de números mais "leves", a tendência apresenta-se a mesma. A International Obesity TaskForce refere que o aumento da prevalência da obesidade, em crianças e adolescentes, tem sofrido uma aceleração nos últimos anos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde o incremento anual desta prevalência, na Europa, durante a década de 70 foi de 0,2% passando para 0,6% na década de 80 e de 0,8% nos anos 90, atingindo actualmente cerca de 2%. Se a prevalência da obesidade continuar a aumentar na mesma proporção que na década de 90, a OMS, estima que cerca de 150 milhões de adultos europeus sejam obesos em 2010.
Em relação à União Europeia, 14 milhões de crianças, em idade escolar, têm excesso de peso, sendo 3 milhões obesas; o número de crianças com excesso de peso, na União Europeia, está a aumentar a um ritmo de 400 mil por ano, das quais 85 mil são obesas.
Em Portugal também se tem assistido a um aumento da prevalência de jovens obesos. Estudos revelam que países como Portugal, Grécia, Itália e Espanha aparecem no topo da lista dos países com aumento da prevalência de excesso de peso em crianças e adolescentes.
Este cenário dá que pensar, pois revela-nos as proporções gigantescas que este flagelo social, está atingir, sendo necessário adoptar medidas que visem a sua regressão.
Mudar de estilo de vida é, de facto, uma expressão cheia de sentido. Contudo, para a maioria da população é de difícil concretização.

  
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Edição:

N.º 165
Ano 16, Março 2007

Autoria:

Carla Marisa Maia Moreira
Professora
Carla Marisa Maia Moreira
Professora

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