Uma breve análise do dia do amor
É dia de emoções, de troca de emoções. É um dia para, observando os adultos, aceitar a forma como se amam. Essa observação, permite o que chamaríamos uma imitação à vida. A imitação que ensina a crescer, a amar, a respeitar, a dar uma hierarquia aos sentimentos. Hierarquia que passa pelo amor entre os adultos e é repetida pelos mais novos, à sua maneira. Como brincadeira, como ensaio de se "agarrar" um ao outro. Como forma de matar a orfandade em que a vida às vezes nos deixa. O São Valentim prega-nos brincadeiras. Os pequenotes observam como os mais velhos procuram ultrapassar as tristezas com que a vida, por vezes, os brinda. Ao longo do ano, existem festas e comemorações, algumas são festas que nem todos podem partilhar em igualdade de poder. Na festa do amor não é assim. Todos lhe podem ter acesso em igualdade de circunstâncias. O dia do amor desperta uma confiança mútua entre as pessoas com menos recursos. Uma reciprocidade baseada no princípio de que hoje é para ti e amanhã é para mim. Os sentimentos, que no Século III foi permitido exprimir à maior parte da população carente de troca de emoções, transformam-se hoje numa forma de comércio, onde, por vezes, pesa mais a moda do que a fidelidade e a troca de emoções. E de tal modo é assim, que muitos dos mais novos apenas se limitam a imitar, fazendo da festa de Valentim um celebrar sem saber porquê.
|