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Estudo da ONU revela forte apoio à igualdade de género nos países árabes
Segundo um estudo recentemente divulgado pelas Nações Unidas, existe em alguns países árabes um forte apoio à ideia de maior igualdade entre homens e mulheres. O inquérito, conduzido pela ONU no Egipto, Jordânia, Líbano e Marrocos no âmbito do "Relatório sobre Desenvolvimento Humano no Mundo Árabe", revela que 98 por cento dos inquiridos estão de acordo que as mulheres tenham direito ao acesso à educação até ao ensino superior, um resultado tanto mais surpreendente quando os países árabes possuem as menores taxas do mundo de presença feminina no ensino secundário.
Além disso, 91 por cento afirma que as mulheres deveriam ter o mesmo direito a trabalhar que os homens e 91 por cento reconhece o direito das mulheres à propriedade e à possibilidade de elas possuírem e gerirem projectos económicos. A ampla maioria (95%) concorda que as mulheres devem poder escolher o marido e condena em uníssono (97%) o abuso físico ou psicológico sobre elas.
No entanto, a pressão da sociedade tradicional fica mais patente em temas como a poligamia, o casamento, a mistura entre homens e mulheres na sociedade e o uso do véu (hijab).
A maioria dos entrevistados em todos os países discordou da poligamia: 62 por cento em Marrocos e 90 por cento no Líbano, com as mulheres a mostrarem-se mais contrárias a esta prática do que os homens. A opinião sobre o véu islâmico também divide os inquiridos. De um modo geral, cerca de metade disse que as mulheres deveriam usar o "hijab" apenas se quisessem, mas entre 43 por cento e 50 por cento no Egipto, Jordânia e Marrocos afirmam que as mulheres deveriam ser obrigadas a usá-lo.
As maiores diferenças de opinião entre nações surgiram sobre os direitos políticos das mulheres, com o Egipto e o Líbano a mostrarem as posições mais liberais.
Nestes dois países, a ideia de participação das mulheres em cargos de responsabilidade política recebeu o apoio de 79 e 76 por cento, respectivamente. Quando questionados sobre a hipótese de uma mulher exercer o cargo de chefe de Estado, as opiniões foram diferentes. Um total de 72 por cento de egípcios e 59 por cento dos jordanos disseram-se contrários à ideia, contra 40 por cento de marroquinos e apenas 17,5 por cento de libaneses. Apesar disso, 62 por cento reconhece que as mulheres têm um desempenho semelhante ou até superior aos homens em posições de liderança.
Na esfera política, a maior parte dos estados árabes ? à excepção da região do golfo ? concederam o direito de voto às mulheres nas décadas de 50 e 60, e em alguns elas exercem cargos ministeriais. No entanto, a média de mulheres parlamentares não ultrapassa ainda em média os 10 por cento, a menor percentagem mundial nesta matéria.

  
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Edição:

N.º 163
Ano 16, Janeiro 2007

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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