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Uma baixa nos resistentes

Mário Ventura Henriques (1936-2006)

Luís Souta entrevistou-o para a Página e a entrevista foi publicada na edição de Maio de 2004. Mário Ventura Henriques, «alentejano por afeição» como dizia, português, escritor, jornalista, 70 anos de idade, deixou-nos no passado mês de Junho.
Tornou-se jornalista (no Diário Popular) para abraçar uma profissão onde fosse possível  adquirir uma experiência de vida útil à escrita literária. Mais tarde, nomeadamente na entrevista concedida a Luís Souta, admitiu que a facilidade excessiva da escrita jornalística pudesse ter influenciado os seus primeiros livros. ?A escrita jornalística é apressada por obrigação, há uma imposição de horas, de prazos e isso obriga-nos quase a uma escrita automática, de jacto? ? resumiria.
Além de jornalista, nomeadamente na ?Seara Nova?, no ?Diário Popular?, no ?Diário de Notícias? e em várias publicações de Espanha, foi director do Festival de Cinema de Tróia e presidente da Associação Portuguesa de Escritores (no biénio 1990-92).
Recebeu o Prémio de Ficção Pen Club (duas vezes) e o Prémio Cidade de Lisboa
Considerava-se um neo-realista dos anos sessenta, de temática mais urbana do que rural e sem a influência da narrativa convencional do princípio, meio e fim, herdada do naturalismo.
Estreou-se em 1963 com a ?Noite da Vergonha?. Obra reeditada em 2002 para assinalar 40 anos de vida literária.
Dizia que sem literatura não há povo culto e elegia o livro como grande suporte, por oposição ao telejornal, ao jornal diário e até ao cinema, apesar das suas ligações ao Festroia.
Ao deixarmos fica vago um lugar no já escasso exército dos resistentes.


  
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Edição:

N.º 158
Ano 15, Julho 2006

Autoria:

Redacção

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