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Cadê a inclusão? O gato comeu!

Há uma incoerência entre o discurso presente nos dispositivos legais e a prática fossilizada no âmago do sistema educacional brasileiro. Apesar do esforço latente da inclusão, as leis são inoperantes e impotentes diante da negligência. A escola hoje, dotada de uma estrutura rígida e tradicional espera que seus alunos sejam capazes de se encaixarem à sua inflexibilidade. Entretanto a sociedade é formada por indivíduos únicos, abençoados por suas diferenças. O resultado do embate é o fracasso escolar e a estratificação das massas provenientes do poder exercido pelo saber. A escola é atualmente, um agente fossilizador das classes sociais, instituindo o sucesso de poucos, ao não fomentar a emancipação do conhecimento por meio de adequações aos alunos menos aptos à sua estrutura.
Em meio a tantas teorias humanísticas de ensino, é valorizada a tradicional, rígida e excludente. O professor como agente de transformação social e de inclusão, deve realizar o seu poder de mudança e agir dentro de seu domínio para extinguir as práticas exclusivistas vigentes no processo escolar. Ao agir, o professor deve valorizar o progresso do aluno, examinando, não só o produto, mas também o processo da aprendizagem. O professor deve abolir a estrutura de um ensino militarista baseado na classificação e espelhar-se no ser humano, para ser capaz de mediar um processo de aprendizagem, baseado nas diversas esferas subjetivas de seus alunos.
Uma vez que o professor aja como catalisador inclusivo, ele, conseqüentemente instituirá a luta pela operalização dos direitos de seus alunos. Ao transformar-se em agente da inclusão e lutar por ela, o professor ganhará o poder de mudança. Um professor sozinho, pode mudar pouco. Porém contamos com 2,6 milhões de docentes no Brasil, responsáveis pela educação de 56,7 milhões de brasileiros. Se todo o corpo docente brasileiro, lutar lado a lado, com um objetivo comum, o resultado será um país emancipador, inclusivo e justo.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 151
Ano 14, Dezembro 2005

Autoria:

Izabel Cristina Duarte Santos
Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ
Izabel Cristina Duarte Santos
Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ

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