O actor Jamie Foxx, o rapper Snoop Dogg e Bianca Jagger pediram ao governador da Califórnia, o actor Arnold Schwarzenegger, que conceda o seu perdão a um ex-membro de uma quadrilha, que se transformou num activista contra a violência e símbolo da luta contra a pena de morte. A menos de um mês da execução de Stanley Williams, prevista para 13 de Dezembro, Bianca Jagger, ex-mulher do ícone do rock Mick Jagger, foi à prisão de San Quintin, onde o réu cumpre pena há 25 anos, para pedir clemência ao governador da Califórnia. "Dirijo-me ao governador Schwarzenegger", disse Bianca, com voz trémula e lágrimas nos olhos. "Mude a sua condenação à morte para uma pena de prisão sem direito à liberdade condicional", pediu a ex-modelo. Stanley Williams, também chamado de "Tookie", de 51 anos, co-fundador em 1971 do gangue "Crips", um dos mais célebres e violentos das ruas de Los Angeles, foi condenado em 1981 à pena capital pela morte de quatro pessoas. Preso e a aguardar a execução há 24 anos, ele sempre se declarou inocente. Depois da sua condenação, Williams modificou a sua vida e escreveu livros para evitar que crianças e adolescentes ingressassem em gangues, o que mereceu várias indicações ao Prémio Nobel da Paz. "Ao executar Williams, estamos a excluir a possibilidade de reabilitação que existe em todos nós, e também seria uma grande injustiça executar alguém que é inocente", afirmou Jagger. ?Devemos fazer tudo para evitar a execução?, disse o actor Jamie Foxx, vencedor em 2005 de um Oscar pela sua interpretação em "Ray". "Stanley Williams converteu-se num símbolo de esperança para os mais necessitados", disse Peter Fleming, um dos advogados do réu. "Arnold Schwarzenegger deve admitir os extraordinários feitos no caso de Stanley Williams e mudar a pena capital (por uma condenação a prisão). Caso contrário, enviaremos a mensagem de que na América uma segunda oportunidade não é possível", escreveu a Amnistia Internacional. Desde que assumiu o poder em 2003, Schwarzenegger negou-se a conceder qualquer indulto. No total, 633 homens e 14 mulheres aguardam a execução no corredor da morte no Estado da Califórnia.
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