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Professores franceses sentem-se cansados e fartos de indisciplina

De acordo com uma sondagem realizada pelo Snes -FSU, principal sindicato francês de professores do ensino básico e secundário, cerca de metade dos professores franceses afirma que o ritmo de trabalho e o barulho são as principais causas do cansaço na profissão, com 17% a afirmar ter dificuldades permanentes em recuperar fisicamente após um dia de trabalho.
O inquérito, conduzido junto de 2200 professores do ensino secundário entre Fevereiro e Março deste ano, revela também que a indisciplina e a violência entre alunos é considerada ?insuportável? por 32% dos inquiridos, a que se seguem factores como a pressão da administração ou a falta de condições materiais.
O estudo salienta que apenas 15% dos professores afirma não sofrer de qualquer problema de saúde decorrente do exercício da profissão, com os restantes a citarem o esgotamento físico e nervoso (58%), problemas de sono (31%) problemas de voz (26%, dos quais 37% tem menos de 30 anos) e problemas musculares e  articulatórios (19%).
Do universo de professores colocados em Zonas de Educação Prioritária (associadas a escolas com graves contextos sócio-educativos), apenas 18% manifesta dificuldade diária em recuperar fisicamente e 56% menos frequentemente, valores que, de acordo com o estudo, se relacionam com o facto de estes disporem de meios acrescidos e por realizarem um maior trabalho em equipa.
Pelo contrário, nos estabelecimentos de ensino que não beneficiam do dispositivo ZEP mas que são igualmente considerados problemáticos, cerca de um em cada três professores (28%) tem dificuldades permanentes em recuperar das mazelas do quotidiano.
De acordo com o Snes, estes sintomas de fatiga associada à profissão devem-se sobretudo à atitude dos alunos (30%) mas também à dificuldade dos professores em concretizar o sucesso educativo (32%).
De acordo com Elisabeth Labaye, secretária nacional do Snes, os resultados deste estudo revelam o ?grande défice de prevenção médica na educação nacional?, demonstrando, na sua opinião, ?uma atitude indigna por parte da entidade empregadora?. ?Um patrão do sector privado nestas condições seria sancionado?, acrescenta.


  
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Edição:

N.º 150
Ano 14, Novembro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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