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Alta do preço do petróleo relança debate em torno das energias alternativas

As consequências do furacão Katrina reabriram o debate sobre a dependência mundial do petróleo, com a subida do preço do barril para 80 ou 100 dólares a não ser considerada já uma hipótese absurda.
Recentemente, a consultora Goldman Sachs previa que o preço do barril do crude - que triplicou em menos de quatro anos - se manteria acima dos 60 dólares na próxima década, mas poderia superar os 100 dólares caso houvesse alguma catástrofe num grande país produtor, como a Arábia Saudita, o Irão ou a Venezuela.
"Vivemos durante um século e meio com energia abundante e barata. Esta situação já não é sustentável. Não é um choque, é uma mudança de cenário", refere Jean-Marie Chevalier, director do Centro de Geopolítica de Energia da Universidade Paris-Dauphine.
Por seu lado, o professor de economia da Universidade Politécnica de Madrid, Roberto Centeno, afirmou num artigo do jornal "El Mundo? que ?todas as grandes jazidas, excepto em três ou quatro países, já foram exploradas?, e que ?para cada duas toneladas de petróleo consumidas nos últimos 20 anos, descobriu-se apenas uma?.
O presidente francês, Jacques Chirac, disse, por seu turno, ser ?indispensável renovarmos a política energética, não apenas racionalizando o consumo, mas oferecendo novas alternativas?.
Apesar de ser hoje um produto caro e esgotável, o mundo é dependente do petróleo não apenas para encher o depósito dos carros, mas também para produzir plástico ou obter aquecimento.
Uma norma da União Europeia estabelece que, em 2010, a quota de biocombustíveis consumidos seja de 5,75 por cento. Actualmente, essa margem não ultrapassa 1 por cento, apesar de alguns biocombustíveis serem ?competitivos com o barril de petróleo a 65 dólares?, diz a presidente da agência francesa de Meio Ambiente e Energia, Michele Pappalardo. O Brasil, por exemplo, é um dos países na linha da frente desta tecnologia, conseguindo produzir etanol muito barato a partir da cana-de-açúcar e com um preço competitivo face ao actual custo da gasolina.


  
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Edição:

N.º 149
Ano 14, Outubro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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