Três anos após o fim da guerra civil, uma grande parte dos estudantes angolanos continuam a depender, para se alimentarem diariamente, do programa alimentar mundial da ONU (PAM). Este programa continua a alargar a distribuição de refeições nos estabelecimentos de ensino. No final de Julho o PAM inaugurou um dos seus programas de distribuição de refeições às crianças da escola de Sachifunga, localidade da província do Moxico. Foi nesta região que em Fevereiro de 2002, o exército angolano abateu Jonas Savimbi, o líder histórico da UNITA, abrindo as portas para o fim da guerra civil que durava há 27 anos. Situada perto de Lwena, capital da província, Sachifunga é composta por cerca de trinta casas nas quais vivem perto de quatrocentas pessoas, todas camponesas muito pobres. Na sua escola, reconstruída e financiada pela Suécia, estão a ser escolarizadas 202 crianças. Esta aldeia faz parte de um conjunto comunal que conta com 2.081 alunos, todos alimentados pelo PAM. ?Em partenariado com o governo angolano, o PAM iniciou em 1998, na província de Malange, o programa de refeições escolares?, explicou Richard Corsino, director geral do PAM em Angola. Em 2003, um ano após o fim do conflito que ensanguentou o país, «nós desenvolvemos o programa sucessivamente nas províncias de Benguela, Huambo, Bié, Kuando Kubango e agora Moxico», acrescentou o director do PAM. Ele estima que até 2006, pelo menos 300.000 crianças beneficiem do programa. As refeições servidas na escola são, regra geral, compostas de farinha de milho e de soja, preparada com óleo e açúcar. O seu custo é de 0,15 cêntimos por criança e por dia. A distribuição de refeições é também uma maneira de evitar o abandono escolar. As mães são as primeiras a enviar as crianças à escola sabendo que ali elas podem beneficiar de alimentação. A onda financeira gerada pela produção petrolífera de Angola, o segundo maior produtor de petróleo da África Subsahariana após a Nigéria, apenas beneficia uma pequena minoria de angolanos ricos. A maioria esmagadora dos 15 milhões de angolanos continua a viver numa situação de pobreza extrema.
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