De acordo com diversos estudos realizados em países europeus como a Dinamarca, Holanda, Inglaterra e França, divulgados no âmbito de um recente encontro promovido pela Agência de Investigação da Saúde e Ambiente francesa, o ar que se respira no interior das escolas é geralmente mais poluído do que no exterior. Esta situação, a que os especialistas chamam ?sick building syndrome? (qualquer coisa como ?síndroma dos edifícios doentes?), resulta da combinação do mau arejamento dos espaços e da presença de um elevado nível de poluentes, podendo estar na origem de sintomas como dores de cabeça, vertigens e náuseas. A má qualidade do ar pode igualmente favorecer as alergias e a asma e afectar directamente a prestação dos alunos ao provocar sonolência e perda de concentração. Um estudo dinamarquês realizado entre 2003 e 2005, por exemplo, comparou as prestações dos alunos em condições medíocres e óptimas de renovação do ar. Os resultados dos testes de leitura e compreensão melhoraram em 50% quando o volume de ar era multiplicado por dois (de 4,2 para 8,4 litros por aluno). As prestações melhoraram igualmente com um decréscimo da temperatura (20º em vez de 23,5º graus). ?Quando o ar que respiramos está confinado a um espaço fechado e não é renovado, os poluentes não conseguem ser dispersados?, explica Séverine Kirchner, do Observatório da Qualidade do Ar francês, apontando sobretudo a presença nas escolas - assim como em outros locais e recintos públicos - do formaldeído, um conservante presente em inúmeros produtos como cola, tintas, madeira aglomerada, verniz ou produtos de limpeza, classificados pelo Centro Internacional de Pesquisa do Cancro como produtos cancerígenos de classe 1.
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