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Filhos de emigrantes em França têm melhores resultados na escola

Segundo um estudo do ministério da educação francês, publicado recentemente no jornal ?Le Monde?, os filhos dos emigrantes obtêm melhores resultados na escola do que os filhos de pais franceses, quando provenientes de um meio familiar e social idêntico.
Esta conclusão contraria a ideia que associa habitualmente o fraco desempenho escolar aos emigrantes e demonstra que ?em igualdade de circunstâncias, os alunos de origem estrangeira estão presentes em maior número nos exames do final do ensino secundário e apresentam um risco menos elevado de sair de forma precoce do sistema educativo?, afirma o especialista em estatística Jean-Paul Caille, autor deste estudo, realizado em 2002 junto de 16.701 alunos no final do ensino básico. 
As diferenças entre as comunidades analisadas são, no entanto, díspares. Assim, num agregado familiar onde o pai é operário e mãe dona de casa, os alunos de pais magrebinos têm 26,6% de possibilidades de entrarem no ensino secundário, contra apenas 20% dos alunos de pais franceses. A percentagem aumenta para 37,6% no caso de se tratarem de alunos oriundos do sudeste asiático e apenas 12,7% quando se trata de alunos turcos.
A comunidade turca aparenta ser, através dos resultados do estudo, aquela que maior dificuldade de integração sente no sistema educativo francês, o que, de acordo com Caille, se poderá dever ao facto de dar maior valor às respostas sociais e económicas dadas pela própria comunidade em detrimento da escola.
Este especialista refere também que os alunos filhos de pais emigrantes manifestam maior vontade em prosseguir estudos universitários do que os colegas filhos de pais franceses oriundos do mesmo meio social, com as escolhas a recaírem sobretudo em áreas de formação curta e com perspectivas de mobilidade social. O inquérito deixa igualmente antever uma ?rejeição muito forte? à profissão dos pais quando estes são operários ou trabalhadores não qualificados.


  
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Edição:

N.º 148
Ano 14, Agosto/Setembro 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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