Cerca de um milhão de crianças e adolescentes com idades entre os 5 e os 17 anos arriscam diariamente a vida trabalhando em minas por todo o mundo, 400 mil das quais na América do Sul, alertou em Lima a delegação regional da Organização Internacional do Trabalho. A OIT estima que o total de crianças trabalhadoras chegue a 246 milhões, sendo que 180 milhões trabalham em situação de alto risco. A OIT exortou os países envolvidos a tomarem medidas urgentes para retirar estas crianças das minas num prazo entre 5 e 10 anos, tentando despertar a consciência da comunidade internacional para o trabalho infantil, comum em regiões onde o desemprego é alto e as famílias têm poucos recursos. Esta entidade pediu que os governos e o sector privado unam forças para transformar o trabalho nas minas numa actividade económica e ambientalmente sustentável, que não precise de recorrer às crianças como força de trabalho. ?As crianças começam a trabalhar e deixam a escola devido aos empregos precários dos adultos?, afirmou a OIT. O trabalho nas minas é, segundo a OIT, "uma das piores formas de trabalho infantil" porque acontece em condições física e psicologicamente vulneráveis, como manipulação de explosivos, cargas pesadas, uso de substâncias tóxicas e uso de equipamentos ou máquinas perigosas. A organização defende a aprovação de leis que ajudem as crianças a adquirir direitos, organizar cooperativas e melhorar a segurança e a produtividade dos trabalhadores adultos, além de melhorias de qualidade nas áreas da educação e da saúde. Os propósitos da OIT, porém, parecem contrastar com as expectativas deste grupo da população. Em Maio, o Movimento Latino-americano de Crianças e Adolescentes Trabalhadores protestou, diante da Comunidade Andina de Nações, contra o plano de erradicação do trabalho infantil na Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
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