DESIGUALDADES
Milhões de meninas do sul da Ásia, do Médio Oriente e de algumas regiões da África continuam a ter vetado o seu acesso ao ensino básico, enquanto a escolarização das meninas aumentou no resto do mundo, segundo um relatório da Unicef. O relatório investiga a escolarização nos níveis básico e médio de meninos e meninas de todo o mundo, em função dos objectivos fixados pela ONU, isto é: acabar com as diferenças entre os sexos no campo da escolarização e garantir o acesso de todas as crianças ao ensino básico até 2015. "A escolarização das meninas progrediu mais do que a dos meninos em todas as regiões e na maioria dos países em desenvolvimento", destaca o relatório. Ao ritmo actual, a maioria dos países do Médio Oriente, do norte da África, do sudeste asiático, da América Latina e do Caribe devem conseguir um acesso universal à educação em 2015, desde que mantenham as suas taxas de progresso actual, segundo a Unicef. No entanto, este acesso não ocorre por igual em todo o mundo. A diferença de escolarização entre os sexos no Sul da Ásia e nas regiões do oeste e do centro da África ainda é de "enorme preocupação" e as autoridades devem dar "prioridade absoluta" a este tema para que meninos e meninas tenham o mesmo acesso à escola. Nalgumas regiões da África, a percentagem de meninas com acesso ao ensino básico é de apenas 40%. É o que acontece na República Democrática do Congo (RDC), em Burkina Faso e na Nigéria. No Sul da Ásia, 23,5 milhões de meninas não têm acesso ao ensino básico, um número que supera em cinco milhões o dos meninos sem direito a escola. O relatório destaca que a percentagem total de meninos e meninas no ensino básico deve aumentar até 86% nos países em desenvolvimento. No entanto, a Unicef adverte que esta mudança não é suficiente para garantir que em 2015 todas as crianças do mundo tenham acesso a um ensino básico completo, objectivo estabelecido pela ONU. O principal obstáculo que impede atingir esta meta é a pobreza, embora a SIDA, as guerras civis e o trabalho infantil também impeçam o acesso à escola.
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