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Professores castigados por se recusarem a cantar o hino nacional

NO JAPÃO

Meia centena de professores japoneses do ensino secundário foram alvo de sanções por se terem recusado a cantar o hino nacional ? visto pelos pacifistas como um símbolo do militarismo imperial nipónico ? em cerimónias escolares.
As sanções podem ir de uma simples chamada de atenção, à retenção do salário ou à suspensão da actividade, dependendo do número de vezes que o professor se tenha recusado a fazê-lo, afirma uma associação que defende os direitos destes profissionais.
Cerca de 250 professores foram já sancionados por este motivo. Em Dezembro do ano passado, cinco deles e um grupo de meia centena de pacifistas apresentou uma queixa contra o presidente da câmara de Tóquio, acusando-o de forçá-los a saudar a bandeira e a cantar o hino.
Em 2003, o município de Tóquio, governado pela direita populista, tinha enviado para as escolas um ?kit? explicando as cores e a interpretação do hino nacional por ocasião das cerimónias do início do ano lectivo e da entrega de diplomas no ensino público.
O ?Kimigayo? (Reino de Sua Majestade), uma ode ao imperador do Japão, assim como a bandeira nacional, a ?Hinomaru?, que representa o Sol vermelho sobre um fundo de neve, foram reconhecidos como emblemas do Estado japonês em 1999.
Estes incidentes ocorrem num momento em que alguns dirigentes da direita japonesa, irritados com as repetidas exigências de arrependimento por parte de Pequim e de Seul, mostram cada vez mais abertamente um nacionalismo sem complexos.
Um exemplo desta atitude foi a recente publicação de um manual escolar que minimiza as brutalidades praticadas pelo exército japonês durante a primeira metade do século XX na Ásia, que complicou ainda mais o tenso clima diplomático vivido entre o Japão e os seus vizinhos. O livro da discórdia, polémico sobretudo fora do Japão, é um dos oito manuais de história que estarão disponíveis para os estudantes dos 13 aos 15 anos de idade a partir de Abril de 2006.


  
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Edição:

N.º 145
Ano 14, Maio 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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