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Banco Mundial: Uma parte do problema que diz combater

O ENDIVIDAMENTO

Criado em 1944 como Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento, o Banco Mundial (BM) afirma actualmente como primeira meta a redução da pobreza no mundo, onde 1,2 mil milhões de pessoas auferem menos de um dólar por dia. Em 2004, o BM, com um orçamento anual de 9 mil milhões de dólares, financiou cerca de 158 programas de assistência em 62 países pobres sem acesso aos mercados de capitais internacionais.
Os créditos atribuídos pelo BM, concedidos pela Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA) e aprovados pelos 24 membros do Conselho administrativo que representam os 184 Estados membros da instituição, são reembolsáveis a 30 ou 40 anos, com um período de carência de 10 anos e sem juros. Por sua vez, os fundos do IDA provêm dos 40 Estados membros mais ricos, que contribuem com uma percentagem a cada período de quatro anos. Cerca de 11 mil milhões de dólares em empréstimos são atribuídos também a países em desenvolvimento a uma taxa de juros preferencial e com períodos de reembolso entre os 15 e os 20 anos.
O restante dos fundos necessários para financiar projectos de desenvolvimento em sectores básicos como a saúde, a educação ou as infra-estruturas de base, é conseguido através de empréstimos nos mercados financeiros mundiais, o que, em 2004, representou 13 mil milhões de dólares.
Em associação com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o banco também lançou uma iniciativa para o alívio da dívida dos países mais pobres de forma que estes possam destinar à saúde ou à educação verbas que seriam usadas para pagar a dívida pública.
No entanto, e apesar de se apresentar como "o líder na luta contra a pobreza no mundo", algumas vozes criticam a instituição e afirmam que ela representa também uma parte do problema que tenta combater. É o caso dos movimentos alter-globalização, que o acusam de endividar ainda mais os países pobres, ao emprestar-lhes dinheiro em vez de fazer-lhes doações.


  
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Edição:

N.º 144
Ano 14, Abril 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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