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Paulo Freire

Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi um pedagogo brasileiro nascido em Recife. Licenciou-se em Direito, chegando a exercer advocacia.
De 1941 a 1947 foi professor de português. Em 1959 doutorou-se em Filosofia e História da Educação de que foi professor em 1961, na Universidade de Recife. Participou numa campanha de alfabetização de adultos no Estado do Rio Grande do Norte. João Goulart nomeou-o, em 1963, Presidente da Comissão de Cultura Popular. Com o golpe militar de 1964, foi preso durante cerca de dois meses e exilado por quinze anos. Durante esse período, viveu no Chile, indo em 1969 para Harvard e em seguida para Genebra, durante dez anos.
Visitou as ex-colónias portuguesas, como a Guiné-Bissau, Angola, Moçambique e S.Tomé e Príncipe. Voltando ao Brasil, foi professor na Universidade de S.Paulo, e Secretário da Educação do Município, eleito pelo Partido dos Trabalhadores.
Na obra Pedagogia do Oprimido, afirma que a educação é sexista, racista e favorece os poderosos. Desenvolveu um método de ensino baseado na aprendizagem de palavras que são conhecidas pelo aluno, sendo divididas em sílabas que podem ser recombinadas, originando a escrita de outras palavras.
Para Paulo Freire a Educação é libertadora desde que o seu sujeito seja o povo oprimido, sendo a finalidade da educação a libertação do povo. A Educação é uma acção política. Paulo Freire entendia que a educação pode melhorar a condição humana. As preocupações éticas de Freire são também visíveis na já referida obra Pedagogia do Oprimido, talvez a mais famosa de todas as que escreveu.
Paulo Freire foi o educador de Língua Portuguesa de maior renome mundial, considerado por alguns, por exemplo Roger Garaudy, como «o maior pedagogo do nosso tempo». Ainda em relação ao sentido da obra de Freire, note-se o seu traço humanista, respeitador do «outro», do caminho de 'Utopia' que essa obra encerra.
"Mais premente é toda esta teia antropológica quando ela obriga a que repensemos, nos nossos dias, no âmbito da sociedade tecnológica onde a questão da violência tem a ver não apenas com a minha relação com o outro ser humano (que, conhecendo ou desconhecendo como um eu outro, é meu contemporâneo), mas ainda com todos quantos me sucederão no tempo e que são minhas vítimas potenciais."(1)

Nota:
CARVALHO, Adalberto Dias de, "A Filosofia da Educação Perspectivas e Perplexidades" in Filosofia da Educação: Temas e Problemas,  Afrontamento, Porto, 2001, p.25.


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 144
Ano 14, Abril 2005

Autoria:

Maria Gabriel Cruz
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real
Maria Gabriel Cruz
Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Vila Real

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