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Esquerda latino-americana adia a revolução socialista

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A recente tomada de posse do presidente socialista uruguaio Tabaré Vázquez reforçou o número de líderes latino-americanos que chegam ao poder através do voto depois de reverem os manuais da esquerda e de adiarem o sonho de derrubar o capitalismo.
Vázquez dá continuidade a uma série de governos considerados progressistas, iniciada em 1999 pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e mais tarde pelo socialista Ricardo Lagos, do Chile, pelo líder do Partido dos Trabalhadores, Lula da Silva, no Brasil, por Lucio Gutiérrez, no Equador, pelo peronista Néstor Kirchner, na Argentina, e por Martín Torrijos, herdeiro do líder nacionalista Omar Torrijos, no Panamá.
No Chile, a socialista Michelle Bachellet é considerada a mais forte candidata às eleições presidenciais de Dezembro e, no México, o autarca de esquerda da capital, Manuel Lopez Obrador, está bem posicionado para ganhar a disputa no próximo ano.
Mais ou menos pragmáticos, mais ou menos populistas, mais ou menos estadistas, todos os presidentes respeitam as regras da economia de mercado e, muito aquém dos discursos excessivos, não imaginam sequer romper as relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) conforme afirmaram durante anos.
Apesar da aparente viragem ideológica, os analistas consideram que a subida de governos de esquerda é sobretudo uma reacção ao fracasso social das políticas económicas de abertura e privatização adoptada nos anos 90 e uma penalização a partidos históricos desgastados e corruptos.
Uma das razões para a vitória destes governos de esquerda é o facto de se apresentarem como adversários do neoliberalismo. Mas, Há pouca margem de manobra e isso fica bem expresso no tipo de plataformas eleitorais destes governos. Contudo, à excepção da Venezuela, ninguém prometeu reformas profundas que desafiem ou ameacem o modelo de mercado".


  
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Edição:

N.º 144
Ano 14, Abril 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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