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"Cultura da navalha" volta às escolas inglesas

VIOLÊNCIA ESCOLAR

A "cultura da navalha" está a voltar a ser um dos principais problemas da juventude britânica, que encara crescentemente esta arma como um acessório de moda. Só no ano passado, elas foram usadas em 6600 crimes na área de Londres, 80% dos quais praticados por adolescentes.
"A navalha é um objecto de fascinação para muitos jovens", refere John Simon, que trabalha na divisão da polícia londrina encarregue de lutar contra os crimes com armas brancas. ?O mais preocupante é que mesmo quando os jovens pensam que só trazem uma navalha para estar na moda, basta um simples conjunto de circunstâncias para que haja incidentes trágicos", afirma Simon.
A Grã-Bretanha tomou consciência deste problema após o assassinato de Luc Wornsley, um adolescente esfaqueado por um colega de turma no corredor de uma escola em Lincolnshire, em Janeiro de 2003.
A organização "Navalhas Destroem Vidas", que foi criada após este assassinato, sublinha que as armas brancas estão a tornar-se ?rotineiras" em muitas escolas. A preocupação em torno deste fenómeno levou inclusivamente alguns estabelecimentos de ensino a instalar detectores de metais para impedir a sua entrada nas salas de aula.
De acordo com os dados da polícia, os crimes cometidos com navalhas aumentaram 30% na última década, e no ano passado, apenas em Londres, o aumento foi de 18%.
Norman Brennan, presidente da organização "Vítimas de Crime", uma criança morre a cada 15 dias na Grã-Bretanha vítima de ferimentos causados por armas brancas. Esta associação, em parceria com a "navalhas Destroem Vidas", ambas formadas por pais de vítimas deste tipo de crime, pedem ao governo de Tony Blair que torne mais rigorosa a legislação relativa à sua posse.
Por enquanto, o Ministério do Interior tem-se limitado a informar que está a considerar medidas para combater este problema, entre elas a de permitir aos professores que revistem os alunos à entrada da sala de aula.


  
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Edição:

N.º 143
Ano 14, Março 2005

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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