MULTICULTURALIDADE
Oito países da Europa de Leste comprometeram-se recentemente a adoptar medidas com vista a melhorar a integração da população de etnia cigana, considerada a maior, mais pobre e jovem minoria da Europa. A iniciativa, lançada pelo Banco Mundial e pela fundação do multimilionário americano de origem húngara George Soros, foi assinada pela Bulgária, Hungria, Roménia, Macedónia, República Checa, Eslováquia, Sérvia e Montenegro, que prometeram trabalhar para ?abolir a discriminação? e ?ultrapassar o inaceitável fosso que separa os ciganos da restante população". Segundo um estudo do Banco Mundial, os ciganos constituem a etnia mais jovem do continente europeu, devido, sobretudo, ao alto índice de natalidade verificado entre a sua população (entre 40% a 50% tem menos de 20 anos), que se estima contar entre sete e nove milhões de habitantes. De acordo com a União Europeia, porém, este número poderá variar entre os 10 e os 12 milhões, o que representaria cerca de 2% da população dos 25 países que integram a UE. A falta de estatísticas fiáveis sobre este grupo deve-se ao facto de muitos ciganos não declararem a sua etnia de origem com receio de serem discriminados. Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sobre os ciganos do Leste europeu confirma que o seu nível de vida é muito inferior ao da restante população. Na Bulgária e na Sérvia, por exemplo, o número de ciganos que vive abaixo do limiar de pobreza é cinco vezes superior à da restante população. Na Roménia, sete em cada dez ciganos não têm acesso a água potável e oito em cada dez não tem acesso a medicamentos. Em toda a região, excepto na República Checa, menos de dois ciganos em cada dez tiveram acesso ao ensino básico. Recentemente, cerca de dois mil ciganos manifestaram-se frente ao Parlamento búlgaro empunhando cartazes onde se podia ler palavras de ordem como "Queremos trabalhar, não queremos esmolas", "Basta de mentiras" ou "A educação vai salvar-nos".
|